20 de Dezembro de 2019, 22h:31 - A | A

Repórter MT / SUPOSTA PERSEGUIÇÃO

Juiz anula portarias de Mauro e manda delegado de volta para Defaz

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



O juiz Yale Sabo Mendes deferiu liminar interposta pela defesa do delegado Lindomar Tofoli e ordenou o retorno imediato dele à Delegacia Especializada de Crimes Fazendários. Decisão é desta sexta-feira (20). 

Conforme noticiado pelo RepórterMT, o delegado entrou com um Mandado de Segurança no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), impetrado pelo adovogado Ricardo Oliveira,  contra três transferências seguidas de unidades da Polícia Civil, que não foram justificadas pelo delegado-geral Dermeval Arvecha de Resende.

A transferência de Tofoli da Defaz aconteceu no mesmo dia em que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) denunciou que a unidade estava sendo, supostamente, usada politicamente para manchar sua imagem. Na denúncia, Emanuel aponta que Tofoli teria sido retirado da Delegacia Fazendária por, supostamente, não investigar o prefeito.

Na decisão, obtida em primeira mão pelo #reportermt, Yale cancela três portarias do governo de MT, que removeram o delegado de unidades seguidamente e determinou o retorno imediato de Tofoli à Delegacia Fazendária.

“CONCEDO para o fim de suspender os efeitos do ato administrativo que removeu A LIMINAR o Impetrante Num. 27682543 - Pág. 3 LINDOMAR APARECIDO TOFOLI da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública do Estado de Mato Grosso, devendo retornar IMEDIATAMENTE à atividade naquela Delegacia até ao final do julgamento do writ”, decidiu o juiz.

Pedido de retorno

O advogado Ricardo Oliveira explicou em seu pedido o quanto a atuação de Tofoli é relevante para a delegacia, especialmente contra crimes de corrupção – citando as operações Sodoma, Especialista, Ippon, Sangria etc.

A defesa de Tofoli também argumentou que ele já foi vítima de perseguição política no governo Silval Barbosa, onde também foi transferido da Defaz após pressão da classe política e empresarial que ele investigava.

“O impetrante vez ou outra sofre com perseguição política, a exemplo do quanto noticiado pela imprensa nos idos de 2015, quando foi removido da Delegacia Fazendária para a Delegacia de Entorpecentes por pressão de figurões da classe política e empresarial que se sentiram prejudicados com as investigações em andamento”, consta no pedido. 

A saída dele da Defaz é apontada como maléfica a uma série de inquéritos policiais em andamento, os quais o delegado participava ativamente das investigações.

Remoção sob suspeita

Tofoli foi retirado primeiramente da Delegaxia Fazendária, em 03 de dezembro e lotado na Delegacia Regional de Várzea Grande (Portaria de nº 189/2019). Depois, em 05 de dezembro, foi transferido para a 1ª Delegacia de Polícia do Centro de Várzea Grande e na Central de Ocorrências (portaria 92/2019). No dia 12 de dezembro, outra portaria (95/2019) lotou o delegado como Titular da 3ª Delegacia de Polícia de Várzea Grande, onde está atualmente.

A primeira remoção aconteceu no mesmo dia em que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) protocolou denúncia na Assembleia afirmando que um grupo ligado ao Governo estadual estaria usando a máquina para persegui-lo politicamente.

A denúncia de Emanuel aponta que o objetivo é prejudicar a imagem política do prefeito e, por isso, pessoas estariam pressionando a delegacia a abrir investigações.

Um dos principais pontos a serem apurados é a denúncia de que Emanuel teria pago para vereadores cassarem o mandato de Abílio Brunini (PSC) – principal oposição da gestão municipal na Câmara de Vereadores de Cuiabá.

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