METRÓPOLES
A CPI da Covid-19 investiga uma nova denúncia de recebimento de uma suposta propina no valor de R$ 296 mil pelo Ministério da Saúde. Os pagamentos teriam sido feitos a políticos e servidores ligados à pasta. A informação é do Uol.
O esquema, segundo a denúncia de uma ex-servidora, era organizado mensalmente, teria começado em 2018 e tinha até data prévia para duração: 5 anos. O assunto foi discutido e pautado para virar alvo da CPI no dia 6 de julho, na casa do presidente da comissão Omar Aziz (PSD-AM).
O deputado Ricardo Barros, que já é acusado de integrar o esquema de compra das vacinas indianas Covaxin, é citado na denúncia. À época do suposto início do pagamento, Barros era ministro da Saúde.
A troca feita na pasta pela gestão de Barros, da Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos pela VTC Operadora Logística Ltda, é apontada como uma facilitação para o desvio de verba, mesmo depois da substituição do ministro. Além do deputado, outros dois políticos cujo os nomes não foram revelados, teriam recebido uma parcela do valor.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com base na denúncia, requisitou todos os contratos que a pasta fez desde 2o17. “Trata-se de uma empresa que possui contratos de grande monta com o Ministério da Saúde. Sendo assim, é importante que esta Comissão Parlamentar de Inquérito tenha acesso a esses contratos para realizar seu dever de fiscalização”, disse.
A VTC Operadora Logística Ltda também é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por suposto superfaturamento nos contratos com o Ministério da Saúde.
Em resposta à reportagem do Uol, Barros se defendeu dizendo que desconhece a VTCLog e que não tem nenhuma ligação com a empresa. Segundo Barros, a contração da empresa era para ter sido aos Correios, mas foi impedida pelo TCU. “Os Correios não participaram da licitação por razões de documentação e a VTCLog venceu a concorrência”, justificou.
Sobre a substituição da Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos pela VTC, Barros alegou que a licitação de 2017 “encerrou 15 contratos que prestavam o serviço de forma descentralizada”.