CAMILLA ZENI
DAFFINY DELGADO
O senador Jayme Campos (DEM) se posicionou contrário ao extremismo contido em opiniões que tentam se acobertar no direito à liberdade de expressão para promover o ódio e o caos. Em sua visão, algumas incitações podem causar até uma guerra civil, diante da representatividade de algumas figuras públicas.
O posicionamento do democrata se deu em relação à atuação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (20), que cumpriu mandados de busca e apreensão contra 10 pessoas investigadas por incitação à prática de atos violentos e ameaçadores contra a democracia. Entre os alvos estão o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o produtor rural mato-grossense Antônio Galvan, que preside a Aprosoja Brasil.
“Eu tenho dito e repito aqui: as pessoas têm que medir as consequências que poderão ter, eventualmente, em qualquer manifestação. Alguns dizem: ‘ah, mas é o direito à liberdade de expressão’. Mas tudo tem limite na vida”, criticou Jayme Campos.
O senador ponderou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a ação da PF, se dá porque alguns dos investigados são pessoas que têm influência na sociedade, de forma que suas opiniões poderiam até mesmo “causar o caos” e, em casos mais extremos, “a guerra civil”.
“O que o ministro Alexandre de Moraes está defendendo é que não pode, em hipótese alguma, algumas pessoas que têm representatividade na sociedade insuflar algumas situações, como o caso ‘se não resolver o problema do voto impresso, vamos invadir o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional’. Isso chama desobediência civil. Causa o caos, vai para a guerra civil. Então temos que evitar”, disse.
Jayme ainda observou que, apesar das inúmeras críticas que tem recebido desde o inquérito das Fake News, o ministro Alexandre de Moraes “sabe o que ele está fazendo”, e, por isso, é necessário respeitar suas decisões. “E aquela história: decisão judicial se cumpre”, completou.
Radicalismo não é bom
Depois do caso envolvendo o ruralista mato-grossense, o governador Mauro Mendes (DEM) também se posicionou contrário ao radicalismo nas opiniões. Em coletiva de imprensa, Mauro disse percebe “um movimento desrespeitoso, com muitos xingamentos, e muita conversa fiada e mentira”, e que algumas das posições desses extremistas ameaçam a democracia que o Brasil lutou para conquistar.