04 de Julho de 2022, 16h:11 - A | A

Poderes / MORTE DE AGENTE

Edna pede cassação e Paccola critica uso político de tragédia

O parlamentar matou o agente socioeducativo, Alexandre Miyagawa, durante uma confusão e diz que agiu como policial, não vereador.

DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER



A vereadora Edna Sampaio (PT) vai protocolar, ainda nesta segunda-feira (04), os pedidos de afastamento e cassação do mandato do vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos), por ter atirado e matado o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, durante uma confusão, em Cuiabá na na última sexta-feira (01).

Em entrevista coletiva logo após uma reunião extraordinária do Colégio de Líderes do Legislativo para debater o acontecido, Edna afirmou que vai encaminhar os pedidos para a Comissão de Ética da Câmara por entender que a questão do decoro parlamentar não abrange somente as ações do vereador dentro da Casa de Leis, mas também fora dela. Paccola também falou com a imprensa e rebateu que a vereadora está politizando uma situação que não tem a ver com Lula e Bolsonaro, se referindo ao fato de ele ser de direita e ela de esquerda.

“Esta Câmara não tem papel de investigação policial. A nossa investigação será no âmbito do decoro parlamentar, não abrange apenas o comportamento do parlamentar dentro da Câmara, mas também fora dela. Nós sabemos que essa é uma situação dolorosa para todas as famílias, mas precisamos tomar uma atitude institucional. A Comissão de Ética precisa ser provocada”, afirmou Edna.

Paccola se manifestou surpreso e criticou o uso político do caso.

"Eu sempre fui muito respeitoso aqui dentro da Casa, eu esperava que não fosse utilizada dessa situação, uma tragédia, para cunho político, mas ela tem liberdade, o mandato é dela. Ela já fez outros pedidos de afastamento, né. E não é uma questão de direita ou esquerda, nem Lula ou Bolsonaro ou qualquer coisa do gênero. É uma situação que não atuei como vereador, mas como policial, respeito a decisão dela e a Comissão de Ética vai fazer a avaliação e não tenho preocupação com relação a isso. Estou pronto para responder tanto judicialmente quanto aqui internamente”, declarou vereador.

Edna ainda argumentou que o pedido de afastamento não é um julgamento antecipado e criticou o fato de o vereador dizer que atirou e matou em legítima defesa.

“Nós não estamos julgando Marcus Paccola. Nós sabemos que a dor que ele está sentindo também é muito grande, mas se olharmos as redes, vemos a incitação do uso da arma, a questão da legítima defesa como princípio da utilização da arma. A arma de fogo serve pra que?  Para matar gente. Nós não estamos num filme de bang bang ou em jogo de vídeo game, ondes as pessoas morrem e vivem depois”, emendou.

Paccola atirou três vezes contra o servidor. Na versão do vereador, Alexandre estaria com uma pistola na mão ameaçando a namorada, durante uma discussão.

Imagens de câmeras de segurança mostram que Alexandre estava armado e foi atingido pelas costas, quando Paccola atirou contra ele.

 

 

 

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