18 de Julho de 2022, 16h:24 - A | A

Nacional / ABRAÇARAM LULA

Bolsonaro ignora Neri e diz que só Fávaro é "peso-pesado" no Agro

Neri e Fávaro selaram a aliança com o PT na semana passada, visando as eleições de outubro.

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT



O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou a aliança do deputado federal Neri Geller (PP) e do senador Carlos Fávaro (PSD), com a Federação "Brasil da Esperança", composta por PT, PV e PCdoB, encabeçada pelo ex-presidente Lula (PT), que deve disputar o comando do Palácio da Alvorada nas eleições de outubro.

Em entrevista à Jovem Pan News, nesse domingo (17), Bolsonaro afirmou que tomou conhecimento da aliança entre Lula e os dois representantes do agronegócio em Mato Grosso, mas disse que isso "é comum". Depois, ainda rebaixou a influência de Neri no agronegócio mato-grossense.

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 "Eu soube que tem dois 'peso-pesado' do agro... dois não, né, um peso-pesado do agro (Fávaro) e um deputado federal (Neri). Mas é comum, porque você não pode ter unanimidade em tudo”, disse.

 

 A aliança dos representantes de Mato Grosso com Lula foi selada na semana passada e, desde então, os dois têm sido alvos de críticas e notas de repúdio por diversos sindicatos rurais do Estado. Fávaro e Neri dizem ter a "missão" de aproximar os produtores rurais, historicamente conservadores e de direita, da campanha de Lula.

 

Para alguns representantes do setor, o comportamento de Neri e Fávaro seria "oportunista, contra o Agro e a família brasileira".

 

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Os dois chegaram a rebater as críticas e afirmaram que os produtores têm "memória curta", esquecendo tudo que foi conquistado na gestão do Partido dos Trabalhadores, na qual o deputado federal chegou a ser ministro.

Agro usado politicamente

Bolsonaro ainda citou que, antes de assumir a presidência, o agronegócio era usado politicamente e que os ministros deviam "satisfações aos presidentes dos partidos que representavam" e não ao Governo ou à Nação.

“O agro, lá atrás, na transição, eu queria fundir agricultura com o meio ambiente. Parecia que era a solução, porque eram os ministérios que brigavam e disputavam poder até. Depois, eu fui vendo que o poder disputado era o de indicações políticas e não era só nesses ministérios, eram em vários ministérios. Os ministros deviam satisfação aos presidentes dos seus partidos e não ao Governo Federal ou a nação brasileira”, afirmou Bolsonaro.

Por fim, ele lembrou dos feitos que beneficiaram o setor do agronegócio, tirando integrantes do Movimento Sem terra (MST) da clandestinidade.

“Potencializamos a titulação de terras. Você pega Lula e Dilma, em 14 anos, eles titularam menos pessoas que eu em três anos e meio. Nós estamos batendo agora 370 mil [titulados]. Trouxemos esse pessoal pro nosso lado, que era do MST e demos dignidade a eles, passou a ser amigo do fazendeiro do lado, passaram a ter crédito de agricultura familiar e depois, com apoio do Congresso, demos a posse estendida da arma de fogo. De primeiro, poderia usar ela dentro de casa, do seu telhado né. Agora ele passou a ter o direito de usá-la em todo perímetro de sua propriedade. Lógico que isso inibiu aqueles que roubavam bois, roubavam fertilizantes, defensivos agrícolas, que é bastante caro. Isso tudo, tornando o pessoal do MST, cidadãos”, afirmou Bolsonaro.

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