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O governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, João Doria, defendeu que a chamada “3ª via” chegue a um acordo para lançar um único nome na disputa. Ele evitou dizer, no entanto, se está disposto a abrir mão da própria candidatura para viabilizar esse acerto.
O tucano participou neste domingo (30.jan.2022) de live promovida por empresários, do grupo “Parlatório” – reunião de economistas, empresários, operadores de mercado, advogados, muitos de São Paulo, que trocam informações pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
Ele afirmou que identifica o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e os senadores Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Simone Tebet (MDB-MS) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) como demais representantes da posição de “centro democrático liberal-social”.
Para Doria, esse grupo de pré-candidatos precisará ter “paciência e humildade” para construir uma alternativa à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Se possível, fortalecida com uma única candidatura”, disse.
Na avaliação do tucano, o afunilamento das candidaturas só deve se concretizar entre junho e julho.
“O sentimento a prevalecer deverá ser o sentimento pelo Brasil, e não o sentimento nem de um partido, nem de um ou uma candidata para salvar o Brasil de um destino que seria um pesadelo, se voltarmos a ter Lula como presidente ou se prosseguirmos com atual o presidente Bolsonaro”, afirmou Doria.
Privatizações
Ao longo de cerca de 3 horas de live, o governador paulista respondeu a perguntas de autoridades como os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), dos embaixadores Sergio Amaral e Rubens Barbosa, do general da reserva do Exército Otávio Rêgo Barros, ex-porta-voz de Bolsonaro.
Também houve perguntas de empresários como o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, a presidente da AES Brasil, Clarissa Sadock, o presidente da Petz, Sérgio Zimmerman, e a presidente da UPS Brasil, Nadir Moreno.
Diante do grupo, Doria afirmou que, se eleito, privatizará a Petrobras. Ele defendeu uma modelagem que divida a estatal em 3 ou 4 empresas privadas como forma de estimular a competição no setor petrolífero.
Também disse que o pacote da privatização incluiria um fundo de compensação dos preços de combustíveis, “para que os novos proprietários da Petrobras no setor privado contribuam todos os meses”.
“[O fundo] será utilizado se por razões de mercado internacional ou se no mercado no Brasil possa haver algum impulso para aumentar o preço do combustível”, afirmou o tucano.
Reformas
Doria chamou de “absurdo” a intenção manifestada por Lula e líderes do PT de revisar a reforma trabalhista de 2017. Também disse que é contra regulamentar e cobrar um imposto sobre as grandes fortunas.
“Aqueles que alcançaram o sucesso com honestidade e decência têm o direito de ser ricos. Queremos que os pobres possam ser ricos, e não penalizar quem trabalhou para alcançar sua riqueza”, disse.
O pré-candidato do PSDB à Presidência afirmou que os defensores do imposto sobre grandes fortunas argumentam que a medida transformará os ricos em menos ricos e os pobres em classe média. “Isso é populismo.”