27 de Dezembro de 2022, 13h:00 - A | A

Poderes / "ARRANJO POLÍTICO"

Analista: Buzetti se rendeu ao esquema partidário e vai ficar "em cima do muro" no governo petista

Para Onofre Ribeiro, a suplente de Carlos Fávaro não conseguirá descolar do bolsonarismo, nem aderir ao lulismo.

APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER



O analista político Onofre Ribeiro enxerga a migração da suplente de senadora, Margareth Buzetti, do Progressistas (PP) para o Partido Social Democrático (PSD), de Gilberto Kassab, como um "arranjo" no esquema partidário para ajudar a compor a aliança nacional que permitiu a indicação do senador Carlos Fávaro (PSD) para o Ministério da Agricultura.

Segundo o analista, este é um movimento natural dos partidos e mostra a política funcionando. Para Onofre, esses acordos políticos são cada vez mais importantes, na medida em que os partidos se afastam da sociedade.

“É o esquema partidário funcionando para fazer arranjos. Aliás, como é o que tem sido feito no país com os arranjos partidários: os partidos já não representam nem os eleitores e nem a sociedade, então eles fazem arranjos políticos para se manterem vivos e se manterem no poder”, diz Onofre.

 

Dessa forma, segundo o analista, Buzetti ainda sai "ilesa" aos julgamentos, pois tomou a decisão de trocar de partido após as eleições.

 

“Ela vai para o PSD, que é um partido que apoiou o Lula, e vai num segundo momento, depois da eleição. Assim, ela não se 'contamina' pela eleição. Ela vai pelo arranjo político, deixa o PP, porque aí o PP faz oposição ao Lula e ela vai para dar confiabilidade para a indicação do Fávaro. Porque ela estando na oposição bolsonarista contra o Lula, é evidente que o Fávaro não vai para o Ministério da Agricultura, porque ela é suplente dele”, avalia.

 

Para Onofre Ribeiro, se confirmado o nome de Fávaro no ministério de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Buzetti vai ficar "em cima do muro" nos temas polêmicos, pois fica impedida de fazer oposição. Para ele, por uma questão de dignidade, a suplente de Carlos Fávaro não poderá se colocar em contraponto ao bolsonarismo e nem aderir completamente ao lulismo.

“Ela vai chegar no Congresso e ficar em cima do muro. Ela não pode fazer oposição ao Bolsonaro por uma questão de dignidade e de coerência, mas ela não pode beijar o Lula na boca também, por uma questão de coerência e dignidade. Então o papel dela é um papel muito delicado, de ficar em cima do muro o tempo inteiro, apoiando, desapoiando e de preferência mergulhar e só sair daqui a quatro anos”, conclui.

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