19 de Setembro de 2023, 08h:14 - A | A

Poderes / FAVORECEU "PADRINHO"

Aprosoja-MT cobra indenização de R$ 635 milhões após Fávaro autorizar plantio no vazio sanitário

Fávaro atendeu pedido de Eraí Maggi, em nome da Ampa, para plantar soja em período proibitivo

DO CONEXÃO PODER



A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) moveu uma ação contra a Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), alegando danos morais coletivos, após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), autorizar que os produtores ligados à entidade dessem início à plantação de soja antes do término do vazio sanitário.

A informação foi confirmada ao RepórterMT pela assessoria da Aprosoja-MT, que não deu detalhes dos autos do processo. Segundo o portal Metrópoles, a ação pede R$ 635 milhões em indenização.

O pedido para plantar em período proibitivo foi assinado pelo presidente da Ampa, empresário Eraí Maggi, que é dono do Grupo Bom Futuro e padrinho político de Carlos Fávaro, como ele próprio já admitiu. "Todos queriam um padrinho desse", disse o ministro, durante depoimento à CPI do MST, no Congresso.

Vazio sanitário é o período em que é proibido plantar soja em todo o país. O objetivo é evitar a proliferação de pragas nas lavouras. No entanto, segundo a denúncia, a empresa de Eraí foi autorizada a plantar em período proibitivo, o que teria gerado dano aos demais produtores, segundo a Aprosoja.

Veja a matéria do Metrópoles na íntegra. O texto é de Guilherme Amado e Edoardo Ghirotto:

Aprosoja vai à Justiça após ministro atender produtor eleitor de Lula

Associação entrou com ação de danos morais após Ministério da Agricultura atender pedido de Eraí Maggi para plantar soja no vazio sanitário

O Ministério da Agricultura atendeu a um pedido de Eraí Maggi, dono do Grupo Bom Futuro e eleitor de Lula, e concedeu autorização para a produção comercial de soja durante o período de vazio sanitário no Mato Grosso. A decisão é alvo de uma ação judicial por danos morais coletivos no valor de R$ 635 milhões.

O vazio sanitário é um período em que é proibido cultivar plantas de soja, em qualquer fase de desenvolvimento, para evitar a proliferação de pragas. O vazio sanitário no Mato Grosso valeu entre 15 de junho e 15 de setembro.

Maggi endereçou o pedido ao ministério como presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). A pasta acatou a solicitação da Ampa no dia 16 de agosto e permitiu que o cultivo de soja fosse retomado a partir de 1º de setembro. O aval foi concedido por Edilene Cambraia Soares, diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas.

Diante da decisão do ministério, a Associação de Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT) entrou na Justiça contra a AMPA e o Estado do Mato Grosso. A Aprosoja-MT disse que a decisão do ministério foi arbitrária e que o desrespeito ao vazio sanitário poderá levar à proliferação de ferrugem asiática nas lavouras mato-grossenses.

O Ministério da Agricultura é chefiado por Carlos Fávaro. A coluna revelou, no início de agosto, que Fávaro destinou dinheiro de emendas para recuperar estradas que atendem diretamente as fazendas de Eraí Maggi em Mato Grosso.

A assessoria de imprensa do ministério não retornou o contato da coluna para tratar do aval concedido à Ampa. O espaço está aberto para manifestações.

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