JOÃO AGUIAR
DO CONEXÃO PODER
O deputado estadual Júlio Campos (União) apresentou, nessa quarta-feira (03), um Projeto de Lei que proíbe o comércio e uso de mantas térmicas sem termostato por clínicas veterinárias de Mato Grosso. O objetivo é garantir a segurança de animais e evitar novos casos de queimaduras durante procedimentos cirúrgicos.
O projeto entrou em discussão após a morte a shih-tzu Charlote Dayane, de 8 anos, que foi esquecida em uma manta térmica, após passar por cirurgia na clínica Bendita Pata, em Cuiabá, na última sexta-feira (28).
Conforme a proposta apresentada por Júlio, as clínicas veterinárias deverão utilizar somente mantas térmicas com medidor de temperatura, que podem ser reguladas e controladas com segurança.
Caso a clínica não possua esse tipo de aparelho, uma das recomendações é o uso de cobertores aquecidos com água quente, aquecimento da sala cirúrgica, cobertores térmicos sem fios elétricos, aquecedores infravermelhos ou sistema de ar-condicionado com controle de temperatura.
O projeto prevê penalidade para as clínicas que descumprirem as medidas, sendo: multa no valor de R$ 10 mil, aplicada pela autoridade competente e suspensão do alvará de funcionamento da clínica veterinária, por um período de 30 dias, em caso de reincidência.
Caso Charlote
Na sexta-feira (28), em série de stories postados no Instagram, os tutores de Charlote Dayane, de 8 anos, denunciaram que, devido à negligência médica dos veterinários responsáveis, a pele da cadelinha "derreteu" e ela não conseguiu se recuperar das queimaduras gravíssimas.
Eliane Montanha Rojas, tutora de Charlote, contou ao RepórterMT que a cadela passou por cirurgia de retirada de olho no dia 11 de abril, procedimento comum e relativamente simples para essa raça de cães.
No entanto, devido à imperícia dos profissionais que atuam na unidade, ela foi esquecida em uma manta térmica, onde foi colocada para estabilizar a temperatura corporal, e ficou completamente queimada, chegando a ficar com as costelas expostas.
Charlote Dayane foi levada para outra clínica em Cuiabá, onde lutou para se recuperar das graves lesões, mas não resistiu e morreu na noite de sexta. Um advogado já estuda quais medidas serão adotadas a partir de agora.