25 de Outubro de 2021, 11h:38 - A | A

Poderes / VACINA COM AIDS

Barbudo defende Bolsonaro e culpa imprensa por polêmica

Deputado federal bolsonarista avaliou que vacinas são experimentais e imprensa não pode dizer o que é bom ou não

CAMILLA ZENI
DAFFINY DELGADO



O deputado federal Nelson Barbudo (PSL) tentou minimizar as críticas feitas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela notícia falsa divulgada em sua última live, na quinta-feira (21), na qual afirmou que haveria um estudo relacionando a vacina da covid-19 ao desenvolvimento da Aids.

Barbudo pontuou que apenas o presidente é responsável por suas falas, mas argumentou que a imprensa “não tem capacidade para saber o que é bom”.

“Essa história de que vacina leva à Aids, eu não sou cientista, não sou médico e nem tão pouco a imprensa tem capacidade para saber o que é bom. E nós vimos no Brasil a imprensa dando receita e outras pessoas dando receita. Enfim, é uma doença nova, ninguém sabe, a vacina é experimental”, avaliou o parlamentar, em entrevista nesta segunda-feira (25).

O deputado ainda ponderou que Bolsonaro “fez o que pode” para lidar com uma doença desconhecida, e que a oposição estaria explorando a covid-19 em ação politiqueira. Ele também criticou os jornalistas por “baterem” no presidente após cada declaração.

“Se o Bolsonaro foi tão ruim assim com o sistema da vacina, por que o Brasil hoje é um dos países que mais vacinou no mundo? por que nós somos o país que mais tem curados no mundo? por que hoje a economia está voltando ao normal? Nenhum governador deu um real para compra de vacinas. O Bolsonaro simplesmente cumpriu seu papel”, disse.

“Eu acho até que estamos muito bem. O país está saindo da pandemia, e na frente de muitos países mais desenvolvidos. Portanto, essa cantilena de que, cada vez que o Bolsonaro fala a imprensa bater, eu acho que, no meu modo de dizer, a imprensa atrapalha um pouquinho. Vamos ver o que fizemos de bom pelo povo brasileiro”, completou.

A fala de Bolsonaro foi amplamente repudiada pela classe médica. O infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, Jamal Suleiman, ressaltou à Folha de São Paulo que as vacinas da covid-19 não possuem qualquer fragmento de HIV (vírus que pode desencadear a Aids) em sua composição, tornando impossível a relação entre a vacina e a doença.

Segundo Bolsonaro, a afirmação teria sido feita em um estudo disponibilizado pelo governo britânico. Entretanto, ficou comprovado que os relatórios não fazem menção à possibilidade de desenvolvimento de Aids. Ainda, que os portais brasileiros que supostamente reproduziram os estudos ingleses teriam forjado parte dos documentos.

Depois de diversas reclamações, o Facebook removeu a live do ar. Essa foi a primeira vez que uma transmissão de Jair Bolsonaro foi derrubada pela plataforma.

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