CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O deputado federal Nelson Barbudo (PSL) afirmou que pode não deixar o União Brasil para seguir o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022 se o chefe da República entender que sua permanência pode ajudá-lo.
O União Brasil, formado pela fusão do PSL com o DEM neste mês de outubro, ainda passa por análise no Tribunal Superior Eleitoral, mas já enfrenta dificuldades no discurso eleitoral para 2022. Isso porque o PSL é uma sigla com muitos apoiadores de Bolsonaro, que foi eleito pelo partido, enquanto o Democratas é uma das legendas que defende uma “terceira via” para a candidatura à Presidência, em oposição a Bolsonaro e ao ex-presidente Lula (PT).
De acordo com Barbudo, caso o União Brasil resolva compor a base de aliança de Bolsonaro para 2022, o presidente pode orientar os parlamentares a permanecerem na sigla, que se torna a maior bancada no Congresso Nacional.
“Se houver um consenso da nacional com o presidente Jair Bolsonaro apoiando, se o novo partido for apoiar o Bolsonaro, há uma possibilidade do presidente pedir para eu ficar, e aí pode ser que eu fique”, disse Barbudo, que avisou em entrevistas anteriores de sua intenção de seguir o presidente para uma nova sigla.
“Eu devo obediência àquele que me ajudou a chegar onde eu cheguei, que é o presidente Jair Bolsonaro. Todo mundo sabe que eu sou fiel ao Presidente e eu devo acompanhá-lo”, completou.
Um dos suplentes na diretoria nacional do novo partido, o senador Jayme Campos (DEM) já havia comentado que não está descartada a possibilidade do União Brasil apoiar Bolsonaro em 2022. Na ocasião, Jayme afirmou que as conversas apenas estarão definidas no final das convenções, uma vez que a política é instável.
Dessa vez foi Barbudo quem ressaltou: “A política é igual céu. Cada vez que você olha, as nuvens estão de um jeito. Então, muitas vezes, para você poder estar na política e se manter na política, as decisões têm que ser em conjunto com a nacional”, finalizou.
Apesar das projeções, o União Brasil ainda não comunicou oficialmente qual rumo deve seguir quanto à Presidência da República em 2022.
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