CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil) afirmou que a possibilidade de federação da legenda com o MDB está "praticamente descartada". Isso porque, segundo ele, com a fusão entre Democratas e PSL, o União Brasil, que foi homologado oficialmente pelo Tribunal Superior Eleitoral nessa terça-feira (8), já está "cheio".
“Parece que está bem definido que o União Brasil sai [para as eleições] só. Não cabe mais ninguém”, disse Botelho, nessa quarta-feira (9). “O União Brasil já ficou muito grande. Quando começa a possibilidade de federação, começam os interesses do antigo PSL, do antigo DEM, MDB, e estava tendo muita confusão. Por isso, praticamente já foi descartado”, completou.
Segundo o parlamentar, a informação foi repassada às lideranças pelo presidente estadual do Democratas, o ex-deputado federal Fábio Garcia, que esteve em Brasília (DF) para acompanhar a homologação do partido. Fabinho ainda teria ido “cobrar” da executiva nacional um posicionamento mais rápido quanto à federação.
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Nacionalmente, o União Brasil, sob liderança do deputado federal Luciano Bivar, já estaria estreitando laços com o MDB, ao contrário do que aponta Botelho. Em entrevista à CNN ontem, Bivar afirmou que já há um entendimento da nacional, com o líder do MDB, deputado Baleia Rossi, pela união dos partidos.
Conforme Bivar, a definição, porém, dependerá das posições dos escritórios regionais. Nesse caso, algumas lideranças mato-grossenses são contrárias à fusão. Para Botelho, a união com mais partidos pode não ser benéfica para os candidatos que vão disputar nas proporcionais, para as vagas de deputados estaduais e federais, por ocasionar uma "perda de espaço".
“O DEM tem condições de fazer três deputados e o MDB pode fazer até quatro, então seriam sete [eleitos]. Mas se fizer a federação, seriam no máximo cinco, porque, como é feito hoje, na questão das sobras partidárias, a sobra vai para todos os partidos, mesmo quem não fizer a legenda. Então acho ruim”, explicou.
A questão colocada por Botelho observa a nova lei das sobras eleitorais, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021. Com a mudança, só podem entrar no sistema de sobras os partidos que alcançarem, no mínimo, 80% do quociente eleitoral, enquanto para os candidatos o percentual é de, no mínimo, 20%. Na regra anterior, todos os partidos podiam participar da distribuição das sobras.