APARECIDO DO CARMO
RAFAEL COSTA
O senador Mauro Carvalho (União) disse em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira (10), que o texto da Reforma Tributária deverá ser aprimorado no Senado Federal. O parlamentar disse que é preciso defender os interesses dos pobres, da classe média e dos pequenos empresários.
Carvalho assumiu uma das três cadeiras de Mato Grosso no Senado na semana passada, em decorrência de uma licença médica do titular, Wellington Fagundes (PL).
“Eu não vi ninguém ainda defendendo a classe menos favorecida, não vi ninguém defendendo a classe média, os micros, pequenos e médios empresários, o setor de serviços. Essas pessoas têm que ser ouvidas, tem que ter voz no Senado, para que essa reforma tenha um equilíbrio de contemplar todos os segmentos da sociedade”, disse.
Carvalho fez questão de deixar claro que é a favor da reforma, especialmente porque ela propõe uma simplificação e uma desburocratização do sistema tributário nacional.
Segundo o senador, entre os principais pontos do texto a serem alterados, estão as partes do texto que dizem respeito ao setor de serviços e o Conselho Federativo.
“O setor de serviços me preocupa muito porque irá ter um impacto muito grande, incentivando inclusive a sonegação; esse conselho federativo me preocupa muito porque parece até que nós estamos voltando para antes de 1988, das Constituição de 1988, de fazer um estado único, quero entender realmente como vai funcionar esse conselho. Isso daí a gente tem que entender melhor”, disse.
O parlamentar acrescentou, ainda, a necessidade de uma alíquota diferenciada para Centro-Oeste, Norte e Nordeste, de forma a manter esses estados atrativos para as indústrias.
“Os estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste têm que ter um diferencial de alíquota, de 5% no mínimo, para a gente continuar incentivando as indústrias a virem para essas regiões, porque senão vai haver uma desindustrialização do Centro-Oeste, Norte e Nordeste e uma reindustrialização dos estados do Sul e do Sudeste”, defendeu.
“Não faz o menor sentido pessoas virem investir nessas regiões quando está longe dos portos, uma logística mais complicada, a energia mais cara do Brasil, então nós temos que continuar essas regiões para continuar desenvolvendo, crescendo e gerando emprego e renda”, concluiu.