APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), um dos mais ferrenhos defensores de Jair Bolsonaro (PL) em Mato Grosso, concorda que o presidente não entregue a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1º de janeiro, durante cerimônia de posse.
“Se eu fosse ele também não passaria. Eu não sabia disso, mas se fosse ele também não passaria. Eu jamais passaria a faixa para um ladrão”, afirmou, em entrevista nesta quarta-feira (7).
Para Cattani, o fato de ter sido eleito presidente da República em 30 de outubro, não torna Lula “um santo”, pelo contrário.
“Primeiro, que ele ser eleito ou não ser eleito não deixa de ser um ladrão. Se a pessoa roubou ele é um ladrão sempre. Isso não muda nada, absolutamente nada na figura dele. Isso não faz dele um santo, pelo contrário, continua o mesmo ladrão de sempre.”
Questionado se chamar Lula de "ladrão" não seria desconsiderar decisão da mais alta Corte do país, Cattani disse que não, pois a Corte não inocentou o petista.
“A Suprema Corte do país disse que o lugar em que ele foi julgado não compete ser julgado e ele vai ser julgado em outro lugar. Ele foi julgado em primeira, segunda e terceira instância e foi condenado e inclusive teve pena aumentada. Ele não é inocente. Não existe presunção de inocência, existem provas”, defendeu.
A possibilidade de que Bolsonaro não entregue a faixa para Lula foi confirmada pelo senador Wellington Fagundes (PL), após reunião na semana passada com o presidente.
"Nós estivemos com ele na semana passada. Ele estava ainda com problemas de saúde e a posição dele é que ainda está analisando. Ele ainda não disse nem que vai e nem que não vai. Mas ele continua discordando do resultado porque ele entende que foi fraudado”, declarou Wellington, em entrevista.
Caso Bolsonaro realmente se recuse a entregar a faixa, o responsável pela entrega seria o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos).