APARECIDO DO CARMO
DO CONEXÃO PODER
Aproximadamente 15% dos pacientes que constam na fila de espera por cirurgias do Sistema Único de Saúde (SUS), em Mato Grosso, morreu antes que os procedimentos fossem realizados, especialmente por causa do período de pandemia da covid-19, quando as cirurgias eletivas foram suspensas devido ao estado de emergência.
A afirmação é do secretário municipal de Saúde de Várzea Grande, Gonçalo de Barros, em conversa com a imprensa nessa segunda-feira (13), após reunião com o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.
“Uma média de 15% foi a óbito. De 12% a 15%”, disse o secretário.
Segundo ele, metade da atual fila de cirurgias da Central de Regulação "já não existe mais", seja porque os pacientes já fizeram as cirurgias por conta própria, não têm mais interesse no procedimento, mudaram de cidade ou porque morreram. Em conversa com o RepórterMT, citou como exemplo o procedimento de uma cesariana de 2020, que ainda consta na fila da Central.
Ao todo, estão represados 2.500 procedimentos na cidade de Várzea Grande, levando em consideração as cirurgias eletivas e as ambulatoriais. “Nós temos hoje em cirurgia, pouco mais de 300 cirurgias ortopédicas e ginecológicas represadas. Agora temos as oftalmológicas e, na questão das ambulatoriais, nós também avançamos um pouco mais, nós temos 1500 aproximadamente”, disse.
Outro ponto que mostra uma defasagem da fila com o número real de procedimentos ainda necessários, é que o usuário deixa de atualizar os dados cadastrais.
“Nós temos aí a depuração da fila, temos fatores que atrapalharam muito isso. Nós temos a lei de 2021, que estabelece a responsabilidade do usuário em manter a atualização do seu cartão SUS. Mas nós sabemos que o ente público, no caso aqui o Estado e os municípios, nós também precisamos fazer a busca ativa. Passamos por um processo de Covid, não foi fácil, muito difícil, muita gente mudou o cartão do SUS por conta de vacinar neste ou naquele município, isso dificultou”, ressaltou o secretário.
O secretário destacou ações do Governo do Estado, como o programa MT Cirurgias, além de ressaltar os investimentos próprios da secretaria municipal de Várzea Grande, que conseguiu aumentar o número de equipes de saúde da família. A meta da administração municipal é conseguir alcançar 90% dos cidadãos ainda este ano.
“Em 2021 nós contávamos com apenas 22 equipes de saúde familiar, cada equipe dessa é composta por dez profissionais, entre médicos e tal. Hoje, agora, nós conseguimos cadastrar e homologar no SUS e já estão implantadas 68 equipes. Buscamos agora mais 212 agentes de saúde para que possamos chegar a uma cobertura de 90% e varrer o nosso município”, concluiu.