Quarta-feira, 30 de Abril de 2025

26 de Março de 2025, 09h:33 - A | A

Poderes / AFASTADO DO TJMT

CNJ nega pedido para desembargador investigado por venda de sentenças voltar ao cargo

Caso veio à tona após análise do conteúdo do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023.



O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu, nesta terça-feira (25), processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar a conduta do desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Ele é acusado de receber vantagens indevidas para favorecer o advogado Roberto Zampieri, com quem teria amizade íntima, e de nepotismo. O jurista foii assassinado em 2023 na porta do escritório dele em Cuiabá.

Por unanimidade, o Plenário também manteve o afastamento cautelar do magistrado, determinado pelo CNJ em agosto do ano passado. O PAD foi instaurado durante o julgamento da Reclamação Disciplinar relatada pelo corregedor nacional de justiça, ministro Campbell Marques.

Em seu voto, o relator afirmou que há relevantes indícios de desvios de conduta do desembargador em afronta aos deveres funcionais previstos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e no Código de Ética da Magistratura Nacional.

 

 

Isso porque Sebastião Moraes Filho teria recebido vantagens indevidas, incluindo duas barras de ouro, do advogado Roberto Zampieri, vítima de homicídio. A investigação da morte tramita na 12ª Vara Criminal de Cuiabá e, segundo o Ministério Público do MT, pode ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso.

 

 

Mensagens

 

 

De acordo com o corregedor nacional de Justiça, o desembargador e o advogado trocaram 768 mensagens pelo celular entre junho e dezembro de 2023 (média de 4,5 por dia). O teor das conversas mostrou que os dois tinham uma efetiva amizade íntima. Além disso, tratavam sobre processos que seriam julgados pelo TJMT, com o advogado orientando como o magistrado deveria atuar.

O relator observou, ainda, que as mensagens abordavam o pagamento de vantagens ao magistrado e a seus familiares, o que configura a prática de corrupção passiva. Segundo ele, também ficou constatado que a esposa e um filho do desembargador, que estavam lotados em gabinetes de outros juízes, trabalhavam de fato no gabinete de Sebastião de Moraes Filho.

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