19 de Agosto de 2023, 08h:00 - A | A

Poderes / RACHADINHA PETISTA

Comissão de Ética descarta argumento de Edna de que seria "normal" se apropriar de verba da chefe de gabinete

Vereadores que integram Comissão de Ética entenderam que Edna Sampaio feriu a lei ao se apropriar da verba indenizatória da ex-funcionária.

APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER



O relatório aprovado pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, pedindo a cassação da vereadora Edna Sampaio (PT), diz que “está comprovado” que a vereadora se apropriou indevidamente da verba indenizatória da ex-chefe de gabinete, Laura Abreu, durante o período em que ela atuou na Câmara Municipal e que essa atitude não é prevista em lei, como a vereadora tentou argumentar.

"Transferências para a conta da representada, por pressão do esposo dela, configura indubitavelmente apropriação indébita de valores pertencentes à chefe de gabinete”, disse o presidente da Comissão, vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), ao ler o relatório final.

O resultado joga por terra a linha de defesa adotada pela vereadora, que diz não haver nenhum impedimento legal para que a verba indenizatória do chefe de gabinete, que na Câmara é de R$ 5 mil, seja transferida para uma conta em nome da vereadora, sob argumento de que os valores seriam usados para "despesas do gabinete".

O presidente da Comissão deixou claro que o comportamento da vereadora feriu o decoro parlamentar, conforme estabelecido no Regimento Interno da Câmara.

“O ato incompatível com o decoro parlamentar, segundo o relator, foi o fato de a vereadora Edna Sampaio ter se apropriado de verba indenizatória pertencente à sua ex-chefe de gabinete, Sra. Laura Natasha Oliveira de Abreu, num montante de pelo menos R$ 20 mil, entre os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2022”, disse, referindo-se à ex-chefe de gabinete de Edna Sampaio, que foi demitida enquanto estava grávida, fazendo com que a Câmara Municipal tivesse que arcar com os custos dos seus direitos trabalhistas, em indenização que custou R$ 70 mil.

O vereador recordou, ainda, o depoimento de Laura Abreu, que disse à Comissão que nunca teve acesso ao dinheiro da conta, que a vereadora afirma ser “do mandato coletivo”, e que nunca teve acesso a qualquer cartão vinculado a essa conta, desmentindo o que afirma a vereadora. Além disso, Laura afirmou que era cobrada pessoalmente pelo marido da petista, Willian Sampaio.

“Quem fazia a cobrança todos os meses em seu WhatsApp era o marido da Vereadora, Sr. Willian Sampaio. E que transferia todos os meses os valores da VI para a conta bancária em nome da vereadora Edna Sampaio, conta essa que não tinha acesso; (disse) que nunca teve acesso à nenhuma conta da Edna, nem do mandato, nem cartão, nem documentação e que todos os meses que trabalhou nunca fez uso do dinheiro, apenas transferia e os relatórios eram feitos de forma padronizada e que não tinha acesso a nada”, citou o presidente, textualmente, o que consta nos registros da Comissão.

O rito processual da Casa prevê que o relatório seja encaminhado para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que por sua vez encaminhará a peça para o presidente da Câmara, vereador Chico 2000 (PL), que define quando o texto vai para apreciação no plenário.

É no plenário que o destina de Edna será definido. Ainda não há previsão de data.

Comente esta notícia



GRUPO ANDRÉ MICHELLS

Rua das Orquídeas, 247 Bosque da Saúde Cuiabá - MT 78050-010

(65)33583076

RepórterMT
G5 NEWS
CONEXÃO PODER