APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER
A Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Cuiabá vota ainda este mês o pedido de cassação de mandato da vereadora petista Edna Sampaio, por se apropriar de até R$ 20 mil da verba indenizatória paga a sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Oliveira Abreu. Edna tem até o dia 10 de agosto para apresentar defesa no processo.
A vereadora Michelly Alencar (União), que pediu o afastamento de Edna da Comissão da Mulher após o esquema vir à tona, afirmou que a petista tenta "naturalizar um comportamento errado”, porque na verdade ela não tem como justificar os atos denunciados. Edna Sampaio admitiu que pedia a todas as chefes de gabinete, que foram quatro no total, que devolvessem o valor integral correspondente à verba indenizatória a que tinham direito pelo cargo exercido.
“Tentar normalizar (essa conduta) é a única saída pra ela tentar se defender. Porque é inadmissível que ela naturalize algo errado. Existe uma lei que diz que essa é uma verba indenizatória do chefe de gabinete, é por isso que cai na conta do chefe de gabinete. Ela inventou aí várias contas bancárias, inventou que tem uma conta de mandato coletivo, nada dessa explicação ficou clara e aí ela tentou emplacar de que é algo natural, que todo mundo faz", disse Michelly.
Michelly defendeu que a Câmara se posicione com relação ao fato de maneira responsável e que isso vai ter que ser feito se a Casa quiser se livrar da pecha de “Casa dos Horrores”, que ganhou nos últimos anos.
“Para a gente mudar essa perspectiva que as pessoas têm dessa Casa, é tomando decisões corretas. E as decisões precisam ser bem transparentes. Houve esse erro, houve um ato que não condiz com a conduta de um parlamentar este ato tem que ser punido”, defendeu.
Por fim, Michelly Alencar disse que não vai aceitar o discurso de Edna Sampaio de que todos os vereadores obrigam seus chefes de gabinete a devolver a verba indenizatória.
“Não vou aceitar que ela diga que essa é uma conduta que todos os vereadores fazem. Se ela faz ela tem que responder por isso, porque eu não faço. Por diversas vezes ela quis dizer que é natural. Pra mim não é natural. Por diversas vezes, ela quis dizer que outros vereadores fazem também. Eu não vou aceitar esse tipo de discurso porque o que é da minha chefe de gabinete não é na conta dela, é responsabilidade dela. Eu jamais iria pedir pro meu marido fazer cobranças pra minha chefe de gabinete”, concluiu.
A defesa de Edna Sampaio, conduzida pelo advogado Julier Sebastião da Silva, tem como principal argumento justamente de que não houve esquema de "rachadinha", porque devolver a V.I. seria uma "contribuição" ao mandato coletivo da parlamentar.