CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O empresário cuiabano Danilo Berndt Trento, sócio da empresa Primarcial Holding e Participações Ltda e diretor da Precisa Medicamentos, é uma das 70 pessoas indicadas no relatório final da CPI da Covid para serem indiciadas.
O relatório, produzido pelo senador Renan Calheiros (MDB), e que pede ainda o indiciamento de duas empresas, vai ser lido na sessão nesta quarta-feira (20). Ele deverá ser entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR) e Ministérios Públicos estaduais, para investigação dos casos listados.
Conforme o documento, Danilo é acusado de fraude em contrato, formação de organização criminosa e improbidade administrativa, assim como o sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano.
Na CPI da Covid, ele foi investigado no caso da compra da vacina indiana Covaxin, feita pelo governo federal, no valor de R$ 1,6 bilhão. A negociação teve intermediação da Precisa Medicamentos, que também contou com "garantia" da FIB Bank, que, apesar do nome, não é um banco.
Danino Trento chegou a prestar depoimento no dia 23 de setembro, quando causou grande irritação a Renan Calheiros por não responder a maioria das perguntas. Naquele dia, a CPI determinou a quebra do sigilo telefônico e bancário de Danilo e seu irmão, Gustavo Trento.
Conforme relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foi identificado que Danilo fez movimentações incompatíveis com seu faturamento mensal e o de sua empresa, tendo recebido quase R$ 2 milhões em suas contas no último ano.
No período analisado, ele teve movimentação de R$ 1,8 milhão nas contas empresariais e R$ 198 mil nas contas de pessoas físicas, por mês. Os valores, segundo o Coaf, seriam superiores aos movimentados durante todo o ano de 2020 pelo presidente a Precisa, Maximiano.
O relatório de Renan Calheiros também pede o indiciamento, dentre outros, do presidente Jair Bolsonaro, ministros da Saúde e do empresário Marcos Tolentino, já conhecido em Mato Grosso em razão da Operação Ararath. Pela CPI da Covid, ele é acusado de ser sócio oculto da FIB Bank.
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