APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT
O Procurador-Geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Junior, chefe do Ministério Público Estadual, confirmou que não vai tentar uma recondução ao cargo. O mandato dele se encerra em fevereiro de 2025, quando assume o substituto que for eleito em pleito interno a ser realizado em dezembro deste ano.
Ao RepórterMT, o PGJ disse que entende que pode contribuir em “outra posição” e que o MPMT possui quadros em condições de dar sequência ao trabalho iniciado por ele. Questionado sobre a disputa por uma vaga no Tribunal de Justiça, Deosdete não descartou a possibilidade.
“Nosso objetivo é concluir o mandato em curso. Oportunidades que surgirem após cumprirmos esse compromisso serão avaliadas no momento oportuno com responsabilidade e transparência”, disse.
Em 2025, serão abertas duas vagas de desembargador pelo Quinto Constitucional do Ministério Público. É um mecanismo legal para assegurar que advogados e integrantes do Ministério Público tenham a possibilidade de integrar as cortes estaduais. Os desembargadores Paulo da Cunha e Guiomar Teodoro Borges, oriundos do MP, se aposentam no ano que vem, dando margem para que promotores e procuradores demonstrem interesse nas posições.
A decisão não surpreende. Em maio, o antecessor de Deosdete na chefia do órgão, procurador José Antônio Borges, vazou para a imprensa os planos do ex-aliado de não permanecer à frente do MPE. Em entrevista para uma emissora de rádio, Borges escancarou a antecipação do processo eleitoral e o racha na alta administração do órgão.
Antigos aliados, os dois divergem sobre o perfil do próximo chefe do MP. Antônio Borges apoia que o próximo PGJ seja uma mulher, preferencialmente a promotora Hellen Uliam Kuriki. Por outro lado, Deosdete confirmou seu apoio ao promotor de Justiça Rodrigo Fonseca Costa, de Rondonópolis e ex-presidente da Associação Mato-grossense do Ministério Público (AMMP).
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“Tenho que o doutor Rodrigo Fonseca, pela experiência associativa e institucional exitosa, reúne as condições de liderar nossa instituição de forma harmônica e integrada com a missão do Ministério Público brasileiro. O PGJ precisa ter estes atributos de gestor, escolher uma boa equipe de trabalho, pois sozinho não se faz nada, e acima de tudo, dialogar com a sociedade, furar a bolha e mostrar que o MPMT é um aliado na promoção da Justiça e da cidadania”, destacou Deosdete.
Há seis anos na alta administração do MP, Deosdete Cruz Junior foi subprocurador-geral de Justiça Jurídico e Institucional entre 2019 e 2023. Ele está no órgão desde 2005, onde atuou também como analista jurídico.
Há cerca de seis meses de concluir o mandato, o PGJ avalia que a sua gestão tornou o MPMT mais eficiente e moderno, com a implantação de recursos que facilitaram o acesso dos serviços do MP para o cidadão comum, além de assegurar a participação da sociedade na definição das pautas prioritárias para o órgão. Destacou, ainda, a atuação do MP no combate à violência doméstica, ao abuso sexual infantil, conscientização sobre os direitos das pessoas autistas, dentre outras.
“Reforçamos o combate ao crime organizado através do GAECO representado seja pelo Ministério Público e instituições que compõem a segurança pública de nosso estado. E para finalizar, reforçamos a bandeira de um MP que atua para ajudar a resolver o problema, e não como mero demandante. Temos procurado sobretudo através da autocomposição, uma atuação mais efetiva para melhorar a vida das pessoas”, concluiu.