CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O deputado estadual Elizeu Nascimento (PSL) afirmou ser contra a adesão de câmeras acopladas às fardas da Polícia Militar em Mato Grosso por considerar que o instrumento pode retirar a liberdade de atuação dos policiais.
A possibilidade de adoção das câmeras foi anunciada pelo ouvidor-geral de Polícia, Lúcio Andrade, no início do mês, durante inauguração da 4ª Companhia Independente de Segurança Institucional, em Cuiabá.
De acordo com o ouvidor, a adoção das câmeras poderia ajudar não apenas na prevenção e punição de crimes, mas também poderia gerar mais segurança para os agentes.
Na visão de Elizeu, o equipamento pode ser benéfico para situações específicas, como o cumprimento de mandados de busca e apreensão ou mesmo de prisão. Entretanto, para o dia-a-dia, ele vê a proposta inviável.
“Não creio que seja esse o caminho. Inibe o profissional, engessa o policial, joga o policial para baixo. Reduz a autoestima e o profissionalismo dele. É como se fosse um robô que estivesse trabalhando quando você coloca a câmera para poder acompanhá-lo em suas ações”, avaliou Elizeu.
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O deputado lembrou que ele próprio atuou por 18 anos na Polícia Militar, sendo 14 deles no Batalhão da Rotam, e ponderou que “cada um tem sua forma de agir”. Entretanto, em caso de erros ou arbitrariedades por parte do militar, Elizeu manifestou que há profissionais gabaritados para fazer a análise e julgamento da situação.
“Existe profissionalismo para poder julgar, condenar, investigar e até em questões periciais, profissionais suficientes em caso de erro ou arbitrariedade por parte do policial”, comentou, defendendo outros meios de sensibilização para o profissional, como palestras e cursos.
Apesar da manifestação do deputado, até o momento, não há informações sobre quando o mecanismo deverá ser adotado, ou mesmo se o governo vai bater o martelo pelo uso das câmeras.
Por isso, Elizeu informou que vai requisitar informações à Secretaria de Estado de Segurança Pública para saber em que pé estão os estudos. Só então vai avaliar se tentará adotar alguma medida para impedir a implantação da tecnologia.
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