APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER
O vereador Dilemário Alencar (Podemos) reagiu, nesta sexta-feira (24), à decisão da Justiça de devolver o mandato de Edna Sampaio (PT), após cassação dela por unanimidade, pelo crime de quebra de decoro parlamentar. Edna confessou ter obrigado a ex-chefe de gabinete, Laura Abreu, a devolver a verba indenizatória (VI) que recebia como parte dos provimentos individuais, para uma conta bancária administrada por Edna.
O argumento acatado pelo juiz Agamenon Alcântara Júnior é de que a Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá não concluiu os trabalhos no prazo de 90 dias estabelecidos no regramento interno daquela Casa Legislativa.
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“Toda decisão judicial deve ser cumprida. Entretanto, é preciso deixar claro que o juiz Agamenon Alcântara Júnior não absolveu a Edna da acusação de ter se apropriada de verba da sua ex-chefe de gabinete”, disse o vereador que citou, ainda, a existência de “provas robustas” contra a parlamentar petista.
Dilemário disse que a população está perplexa com a possibilidade de Edna Sampaio “continuar ilesa”. Lembrou que a mesma chefe de gabinete que teria sido obrigada a devolver parte dos seus proventos foi posteriormente demitida, mesmo estando grávida. Por conta dessa demissão, a Câmara Municipal de Cuiabá foi obrigada a pagar R$ 70 mil reais em direitos trabalhistas para a ex-servidora em questão.
Para o vereador, Edna continua com uma postura "arrogante", ataca os colegas e jornalistas, "prega uma falsa narrativa" de que foi cassada por ser uma mulher negra e que sofre racismo e perseguição de gênero na Câmara de Cuiabá.
“Essa narrativa da Edna não cola, pois, em verdade, é preciso dizer que se existe alguém que pode ter cometido racismo e perseguição a mulher, foi a própria Edna, que demitiu uma mulher negra, que estava grávida, e ainda ficou com dinheiro dessa mulher, que implorou a Edna para não ser demitida”, concluiu.