EUZIANY TEODORO
DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (UB) negou que tenha fechado qualquer acordo sobre seu apoio a candidatos para o Senado, que estariam em seu palanque este ano, quando deve concorrer à reeleição. O governador vem sendo acusado de ter traído a confiança do deputado federal Neri Geller (PP), que pretende se candidatar a senador, e ter prometido palanque a Wellington Fagundes (PL).
Em entrevista nessa terça-feira (15), Mauro disse que não fechou acordo com ninguém, mas que também não fechou portas.
“Eu nunca fechei acordo e todo mundo sabe disso. Wellington sabe disso e Neri sabe disso. Não fiz acordo com ninguém. Acho que ambos têm qualidades e são bons candidatos. Não fechei com ninguém, mas também não fechei a porta para ninguém”, disse.
Mauro, que também não decidiu se será candidato à reeleição ou não, diz que primeiro precisa ouvir sua família e aliados e, somente depois, vai definir quem apoiar em seu arco de alianças.
“No dia que eu resolver, depois de ouvir minha esposa, de ouvir meus filhos, ouvir muita gente, conversar com meus aliados, eu vou tomar a decisão se serei ou não candidato. Tomando a decisão, daí eu começo a construir a próxima etapa, que é quem vai ser o vice, quem vai ser o senador, como vai ser essa articulação política tão importante. Paciência e tempo.”
O governador contou que, quando parte de seu grupo político informou que apoiariam Neri para o Senado, ele achou uma boa estratégia, mas não se comprometeu.
“Como que vou fechar acordo para o Senado, se eu nunca nem disse que sou candidato? Não tem como. E foi assim que eu me comportei quando eles trouxeram a mim essa informação, que tinham fechado acordo entre eles. Eu disse: ‘lógico, parabéns. É uma boa estratégia, podem fazer o trabalho de vocês, mas eu não posso firmar compromisso com ninguém agora’”, revelou.
A indecisão de Mauro tem sido motivo de mágoa em seu partido, o União Brasil, antes Democratas. Grandes nomes, como Jayme Campo e Júlio Campos, disseram ser “uma covardia” o que fez com Neri Geller, que tem sido leal ao governador, diante da suposta promessa de apoio.
“É natural. Os partidos todos têm seus interesses. É natural que eles façam um jogo olhando por seus objetivos partidários, cada candidato vai defender o seu interesse e eu, nesse momento, ainda estou muito focado na gestão”, resumiu.