RAFAEL COSTA
DO CONEXÃO PODER
Em um período de 10 dias, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) ingressou com duas ações na Justiça contra a correligionária, deputada estadual Janaína Riva. No dia 3 deste mês, protocolou uma queixa-crime no Tribunal de Justiça de Mato Grosso na qual cobra a abertura de uma ação penal contra a parlamentar acusando-a de difamação.
No dia 13 deste mês, foi a vez de ingressar com interpelação para cobrar na Justiça explicações da parlamentar a respeito de ter montado um esquema de cabide de empregos na Secretaria Municipal de Saúde e, ainda, de ter comprado votos para se reeleger em 2020.
Ambas as peças são assinadas pelo advogado Francisco Faiad. A primeira diz que a parlamentar declarou no dia 15 de março que o prefeito estaria na iminência de ser preso por conta de "roubar" dinheiro público, durante um discurso na tribuna da Assembleia Legislativa. Na ocasião, o plenário composto por 24 deputados estaduais votava o decreto do governador Mauro Mendes (União) que determinava a intervenção do Estado na saúde pública de Cuiabá.
"Nós estamos avisando ele faz tempo, eu era amiga dele assim como Wilson era e muitos outros aqui eram, nós falamos para ele que ele seria preso, seria afastado, mas ele fica rodeado de puxa-saco, que ficam vendendo o dia inteiro a ideia de que está tudo bem. Ele vai ver onde estarão os puxa-sacos quando ele for para a cadeia, porque eu já vivenciei isso dentro da minha casa. Na hora de roubar sempre tem quem ajudar, mas hora de pagar, vai pagar sozinho e não pode reclamar que está desavisado", declarou Janaína Riva.
Emanuel diz que a deputada explorou seu prestígio do mandato para influenciar uma iniciativa de desqualificá-lo publicamente. "Efetivamente a querelada [Janaína Riva] trouxe a público, utilizando seu cargo para poder disseminar esse discurso, atacando o Autor a fim de prejudicá-lo e ridicularizá-lo perante toda a população do Município de Cuiabá. Difamar é imputar falsamente ou não, fato ofensivo à reputação alheia. Significa tirar a boa fama, infamar", argumenta.
Já a interpelação foi protocolada no dia 14 deste mês e apresenta uma série de questionamentos em juízo por conta da seguinte declaração de Janaína Riva.
“Houve fraudes no cabide de emprego da Saúde, que está sendo investigado e pode causar uma possível cassação do mandato dele. Outras investigações estão acontecendo dentro do Ministério Público e aguardam decisão do judiciário. Agora cabe aos órgãos mostrar que houve captação de votos ilícita no período eleitoral”.