FERNANDA ESCOUTO
DO CONEXÃO PODER
O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, João Filho de Almeida Portela, condenou o empresário Gleisy Ferreira de Souza, proprietário da Propel Comércio de Materiais, a 39 anos de prisão, em regime fechado, por lavagem de dinheiro.
A decisão foi publicada nesta quinta-feira (5).
A condenação é referente à Operação Aprendiz, sobre o desvio de R$ 1,5 milhão em um contrato firmado com a Câmara de Cuiabá, quando o ex-vereador João Emanuel era presidente.
Conforme a denúncia, Gleisy teria participado do esquema a partir de uma licitação para fornecimento de serviços gráficos que nunca foram entregues.
Ainda segundo o Ministério Público Estadual (MPMT), Gleisy emitia diversos cheques que eram sacados e entregues a João Emanuel, que usava o dinheiro para pagar contas e chegou até mesmo comprar um Porsche.
“Menciona a propositura de outra demanda em desfavor da pessoa aqui denunciada com o apontamento de desvios de mais de um milhão e meio de reais, valores que, segundo o MPE, foram utilizados para pagamentos de dividas de João Emanuel Moreira Lima, inclusive desejos e ostentações como a aquisição de um Porsche/Boxster Conversível Esporte, e de despesas da Propel Comercio de Materiais Ltda Me de propriedade do denunciado Gleysi de Souza”, diz trecho documento.
Na decisão, o juiz pontua que há provas que Gleisy participou do esquema e praticou o crime de lavagem de dinheiro por 13 vezes. “Todos os esses detalhes foram confirmados quanto a pessoa acusada neste feito também por Maksues Leite indicando a participação e fraude em licitações, bem assim indicando ser a empresa do acusado que promovia a movimentação das contas bancárias”.
“O motivo do crime é a tentativa de obter dinheiro fácil por meios ilegais e sem trabalhar dignamente, fato imanente à figura típica”, completou o magistrado.
Em uma ação separada, João Emanuel foi condenado a pena de 11 anos e 2 meses de reclusão, em regime inicial fechado. Logo após, a pena foi reduzida para 4 anos e 10 meses.