RAFAEL COSTA
DO CONEXÃO PODER
O Governo do Estado demitiu três servidores públicos lotados na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) suspeitos de participação em um esquema de desvio de dinheiro em contratos destinados À reforma de escolas em Mato Grosso. Trata-se de Wander Luiz dos Reis, João Paulo Carvalho Feitosa e George Luiz Von Hollebem.
A punição, que é desdobramento da conclusão de processos administrativos disciplinares (PADs), foi publicada nesta sexta-feira (28), no Diário Oficial do Estado. Todos foram alvos da Operação Rêmora, deflagrada em maio de 2016 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado).
Em uma investigação administrativa, a Unidade Setorial de Correição (USC) da Secretaria de Estado de Educação elaborou em setembro de 2015 um Relatório Conclusivo apontando irregularidades na contratação de serviços de obras, praticadas pelos servidores Wander Luiz dos Reis, João Paulo Carvalho Feitosa e George Luiz Von Holleben.
De acordo com as investigações, que culminaram na Operação Rêmora, havia uma união de servidores e empresários para apropriação indevida do dinheiro público. Os funcionários públicos recebiam informações privilegiadas sobre as licitações e organizavam reuniões com empreiteiros para fraudar a livre concorrência do processo licitatório. Assim, as obras eram distribuídas para 23 empresas.
Os servidores públicos também tinham acesso e controle sobre os recebimentos dos empreiteiros, a fim de garantir a propina. Os empresários da construção civil evitavam a competição entre as empresas, a fim de que todas pudessem ser beneficiadas no esquema, afirma o Gaeco.
O empresário Giovani Belatto Guizardi, dono de uma construtora, foi apontado como a pessoa responsável por arrecadar a propina paga pelos empreiteiros. Após o pagamento por parte da Seduc aos empresários, os valores (que eram 5% mas caíram para 3%) eram devolvidos a parte da organização criminosa por meio de Guizardi, informou o Gaeco.