08 de Setembro de 2023, 08h:55 - A | A

Poderes / MENSALINHO NA AL

Ex-deputada flagrada recebendo propina depõe em outubro à Justiça

Luciane Bezerra aparece em vídeo contando maços de dinheiro

RAFAEL COSTA
DO CONEXÃO PODER



A ex-deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) vai depor no dia 25 de outubro à Justiça no processo em que é ré pela suspeita de receber propina do ex-governador Silval Barbosa, para votar de acordo com interesses do Executivo enquanto exercia mandato na Assembleia Legislativa.

Luciane chegou a ser flagrada em vídeo recebendo diversos maços de dinheiro de Silvio Correa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa.

A audiência de instrução e julgamento será conduzida pelo juiz da Vara Especializada em Ações Coletivas, Bruno D' Oliveira Marques.

Foram arroladas como testemunha de defesa o marido da ex-parlamentar, o também ex-deputado estadual Oscar Bezerra, o ex-senador Osvaldo Sobrinho, a prefeita de Aripuanã (947 km de Cuiabá), Seluir Peixer (PSDB), o promotor de Justiça Clóvis de Almeida Júnior, o secretário de Comunicação da Prefeitura de Várzea Grande, Pedro Marcos de Campos Lemos, Roque Jair Períodos, Alberto Martins Moura e Liliane Coelho.

Por outro lado, o Ministério Público manifestou interesse na produção de prova testemunhal, arrolando como testemunhas o ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio Cézar Correa Araújo, o ex-secretário de Estado Pedro Jamil Nadaf e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-deputado estadual José Geraldo Riva.

Após o encerramento dos depoimentos, o processo será encaminhado para as alegações finais. Em seguida, será dada a sentença pelo magistrado.

Relembre o caso

Quando firmou delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-governador Silval Barbosa entregou vídeos de deputados estaduais recebendo maços de dinheiro das mãos do seu então chefe de gabinete, Silvio Cézar Corrêa de Araújo.

A quantia paga, conforme depoimento do ex-governador, corresponderia a R$ 50 mil e seria uma propina para deputados estaduais afrouxarem a fiscalização das ações do Executivo, principalmente aquelas relacionadas às obras da Copa do Mundo, e também para votarem de acordo com interesses do Executivo.

A prática ficou conhecida como “Mensalinho” da Assembleia Legislativa.

Segundo o Ministério Público, informações recebidas em delações de Silval Barbosa e Silvio Corrêa mostram que, entre fevereiro de 2011 e janeiro de 2015, Luciane recebeu cerca de R$ 2,4 milhões líquidos.

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