DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER
O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União) avalia que a deflagração da Operação Apito Final este mês revelou a intenção de integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) em ingressar na política em Mato Grosso no pleito deste ano.
Segundo ele, o avanço do crime organizado, em todo país, é reflexo das "leis frouxas" que permitem a soltura de criminosos poucas horas após sua prisão.
"É um problema grave a questão do avanço da criminalidade em todo país e esse problema se deve a uma legislação bastante frouxa que a gente tem no Brasil, aonde o bandido é preso e solto no outro dia", disse.
A operação deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil apura um grande esquema de lavagem de dinheiro que chegou a movimentar R$ 65.933.338,00 milhões em dois anos. O recurso oriundo de práticas criminosas era utilizado para financiar um complexo de futebol em Cuiabá, que consequentemente, alavancaria a candidatura de dois integrantes da organização.
Fagner Paelo e o advogado Jonas Cândido, presos na operação, articulavam disputar uma vaga na Câmara de Vereadores da Capital.
Fábio Garcia enfatizou que existe um sentimento de impunidade muito forte e que a palavra de ordem, em Mato Grosso, é "endurecer contra as organizações criminosas".
Para isso, ele, o governador Mauro Mendes (União) e a senadora Margareth Buzetti (PSB) se reuniram no início deste mês com o presidente do Senado Federal para auxiliar na aprovação do "pacote antifeminicídio", que determina mudanças nas leis e também, concede autonomia para o Estado de Mato Grosso para legislar sobre a lei penal.
"Nós vamos trabalhar pra isso, para que o crime não avance sobre a sociedade, para que as pessoas de bem possam se sentir seguras e andar com segurança dentro do nosso estado. Essa é uma proposta inovadora aqui no Brasil, mas já existe em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, você tem legislação estadual pra isso e nós queremos fazer o mesmo aqui", explicou.
"Encaminhados a proposta para o presidente do Senado por meio da senadora Margareth, estes projetos que permitiriam endurecer essas leis, aqui a palavra de ordem é endurecer contra o crime organizado", emendou.