APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), defendeu nessa quarta-feira (25), que o Brasil explore as jazidas de petróleo encontradas na foz do Rio Amazonas, na costa do estado do Amapá. O que chama a atenção é que o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prega a adoção de um “combustível verde” em substituição aos derivados do petróleo.
“Nós vamos liderar o processo de energia limpa e renovável no mundo. Eu não tenho dúvida disso, graças às nossas potencialidades. Mas há um processo de transição. Nós não podemos abrir mão de potencialidades que temos ainda a explorar do combustível fóssil para que sejamos competitivos, pujantes e possamos chegar na transição com altivez”, disse o ministro de Mato Grosso, em entrevista para o programa "UOL Entrevista", do portal UOL.
“Por isso eu defendo, com todo o respeito às regras ambientais, ao bom debate, que o combustível fóssil brasileiro seja explorado ainda, com todo respeito e com segurança, mas para que nós possamos caminhar com a Petrobras com altivez fazendo juntos a transição energética para combustíveis renováveis”, acrescentou.
Em setembro, o presidente Lula assinou o Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro. A proposta, que foi encaminhada para a Câmara dos Deputados, propõe um conjunto de iniciativas para promover a “mobilidade sustentável de baixo carbono”.
“O objetivo de todos nós é tirar o Brasil de ser eternamente um país em desenvolvimento, e esse país, finalmente, se transformar em um país desenvolvido, um país grande economicamente e socialmente. Por isso, eu estou feliz. Nós temos uma nova chance, e eu, enquanto presidente da República, não vou perder essa chance. O Brasil vai se transformar numa coisa muito importante no planeta terra”, disse Lula à época.
Em maio, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou o pedido de licença da Petrobras para perfurar a Foz do Amazonas. O presidente do órgão disse que haviam “inconsistências preocupantes” e de “alta vulnerabilidade socioambiental”.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estudos da Petrobras mostram que um único bloco na Margem Equatorial, na região do Amapá, pode conter reservas de mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo.
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