MÁRCIA MATOS
DO REPÓRTERMT
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), será exonerado nesta semana para retornar ao Senado Federal para participar da votação da eleição da Mesa Diretora da Casa, na qual o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) disputa o comando da Casa com o senador Rogério Marinho (PL). Ele deixa o Ministério e volta ao Senado a pedido do presidente Lula (PT) que quer garantir os votos a Pacheco.
Fávaro voltará ao Senado apenas para a eleição da Mesa Diretora. Em seguida ele se licencia novamente e retorna ao Ministério. Ele comunicou sua suplente, Margarteh Buzetti (PSD), que ocupa a cadeira no Senado, que voltará para participar da votação por orientação do partido.
Ao RepórterMT Buzetti disse que não encara o retorno de Fávaro como desconfiança de que ela pudesse 'trair' o partido e votar em Marinho, mas sim como uma prática de praxe no Parlamento e que ocorreu por várias vezes também no Governo Bolsonaro. Ela citou o exemplo da ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que por várias vezes voltou ao Parlamento para votações.
"Eu não declarei voto em momento algum. Eu sempre disse que o voto é secreto e não declarei voto nem no Marinho nem no Pacheco. Isso é de praxe no Senado[ retorno do ministro] e já aconteceu em governos anteriores. O partido faz isso. Quando me comunicou ele disse que o presidente pediu", comentou.
Os aliados de Lula calculam que Pacheco será reeleito com 70% dos votos da Casa. A eleição ocorre na tarde de quarta-feira (1º), quando também serão empossados os novos senadores.
Pacheco foi um dos articuladores e apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016. Lula chamou o ato de "golpe" em viagem pela America do Sul, mas agora selou apoio para a eleição dele no Senado, já que o adversário é ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Disputa acirrada
A oposição ao governo Lula se articula para eleger Marinho, que foi ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL) e aponta que o adversário teria sido omisso quanto às invasões atos de vandalismo que tomaram as sedes dos três poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Marinho defende uma CPI para apurar falhas e omissões que tenham permitido o quebra-quebra nos três poderes, inclusive o Senado, que também foi invadido.
Para garantir o cargo são necessários os votos de ao menos 41 senadores.