Gallo: Corte de ICMS da gasolina é tiro no pé, vai quebrar indústria do etanol e empregos em MT

Assessoria

"É um diagnóstico errado do Congresso Nacional", argumentou Gallo

MÁRCIA MATOS
DAFFINY DELGADO

O secretário da Casa Civil de Mato Grosso, Rogério Gallo, considera ‘um tiro no pé’ a medida aprovada pela Câmara Federal que limita o teto do ICMS da gasolina em 17%.

Para o gestor, que esteve como secretário de Fazenda por três anos, o corte do imposto sobre a gasolina não diminui o preço do combustível na bomba e quebra a indústria do etanol e geração de empregos, prejudicando diretamente estados como Mato Grosso que são produtores de biodiesel.

“Queremos estimular a indústria de etanol de milho, que tem R$ 6 bilhões a serem investidos nos próximos anos. Então o único ponto que  gente entende que é um grande equívoco é fazer a redução da alíquota da gasolina, porque você não vai prestigiar algo que é tipicamente nacional, que é o nossos etanol”, argumentou.

Gallo ainda destacou que a proposta que tramita no Congresso é uma cópia do que foi aplicado em Mato Grosso, com o corte de imposto sobre energia elétrica, comunicações e combustíveis. A diferença é que no Estado, o índice do ICMS da gasolina ficou em 23%.

O secretário ressaltou que a medida vai contra a pauta de sustentabilidade discutida mundialmente e servirá apenas para enriquecer os acionistas da Petrobras ao quebrar a indústria de etanol.

“É um combustível sujo. Está todo o mundo discutindo a transição energética para ficar menos dependente de petróleo, portanto não faz sentido essa discussão. É um diagnóstico errado do Congresso Nacional, reduzir impostos, no caso da gasolina e do diesel, não reduz preço na bomba vai só enriquecer e aumentar o investimento dos acionistas, inclusive 40% deles são estrangeiros”, criticou.