DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER
O secretário-chefe da Casa Civil, Rogério Gallo, afirmou que o Governo de Mato Grosso vai antecipar em cinco anos a duplicação da BR-163 - conhecida como "rodovia da morte" - ao retirar a concessão da Rota do Oeste para realização da duplicação. Segundo o secretário, muitas mortes serão evitadas com a conclusão dos serviços. "Quantas vidas perderíamos aí nesses cinco anos sem os investimentos que o governo vai fazer?", questiona.
Entre 2013 e 2014, a concessionária foi vencedora de uma licitação feita pelo Governo Federal para exploração do trecho. Entretanto, estava previsto em contrato que, no prazo de oito anos, a rodovia deveria ser duplicada.
Passou-se o prazo, a rodovia foi explorada com diversos pedágios e a obra não foi realizada. De forma amigável, a Rota do Oeste devolveu a concessão e alegou não ter condições financeiras para realizar o serviço.
A única saída do Governo Federal seria realizar uma nova licitação, mas demoraria mais cinco anos para que operários fossem vistos na rodovia.
Ciente da situação e das dezenas de pessoas que já perderam a vida na BR-163, o Governo do Estado sugeriu assumir a concessão por meio do MTPar.
Gallo explica que a empresa que integra o governo passa a ser acionista majoritária da R.O para realização da duplicação e com isso, reduz em cinco anos o tempo de espera dos mato-grossenses pela resolução do imbróglio.
"O que nós estamos fazendo agora nesse momento é salvando esse projeto porque se não o tempo que nós teríamos que esperar para que houvesse obra efetivamente seria de mais cinco anos, se nós fossemos fazer uma relicitação com base em um projeto novo e talvez nós nem tivéssemos as duplicações de todo o trecho e teríamos uma tarifa de pelo menos o dobro. Então o que o governo de Mato Grosso está fazendo é antecipar em cinco anos obras que só aconteceriam em cinco anos", disse.
"O governo passa a ser o acionista majoritário por meio da MT Par na concessionária Rota do Oeste, é isso que vai acontecer. Então a concessionária continua existir e nós vamos executar as obras que a controladora anterior, a Odebrecht, não vinha fazendo por problemas de financiabilidade", emendou.
O investimento a ser feito pelo Estado gira em torno de R$ 5 bilhões. "O governo com a sua saúde financeira e a MT Par tem condição de fazer isso, investir R$ 1,2bi nos próximo três anos e fazer todo o investimento no prazo previsto", explicou.
A expectativa é que as obras tenham início no primeiro semestre de 2023.
"Em janeiro a gente deve ingressar definitivamente, só que nós não estamos parados, nós estamos trabalhando com os projetos existentes para que logo no início do ano a gente tenha condição de lançar os primeiros processos de licitação para contratação das empresas cujos trechos iniciais serão de duplicação: do Posto Gil a Nova Mutum, são 85km, um trecho muito crítico, com uma alta acidentalidade; as travessias de Lucas do Rio Verde e de Sinop, que também tem um alto índice de acidentes e há uma demanda grande para que elas ocorram e isso deve acontecer logo no primeiro semestre do ano que vem e também a travessia de Cuiabá e Várzea Grande, ali na Rodovia dos Imigrantes".
"Então essas obras devem se iniciar de imediato e as demais obras nos anos subsequentes. Então devemos ter 420km devidamente duplicados, de Cuiabá a Sinop, pelo menos dentro do prazo estabelecido, que são oito anos no total", finalizou.