CAMILLA ZENI
RAFAEL DE SOUSA
Presidente da Aprosoja Brasil, o produtor rural Antônio Galvan, considerou a operação da Polícia Federal da manhã desta sexta-feira (20) como um ato de intimidação. Galvan foi um dos alvos de 13 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Para mim, é pura intimidação pelo fato de estarmos conclamando a população brasileira a se manifestar no dia 7 de setembro contra os abusos que alguns ministros estão cometendo sobre pessoas de bem do nosso país”, comentou o produtor rural.
De acordo com o ruralista, o mandado de busca e apreensão foi cumprido na sua casa, em Sinop (400 km de Cuiabá), onde os agentes da PF foram “extremamente gentis”. Ele afirmou que nada que “justificasse a operação” foi encontrado no local e acrescentou: “Isso nos dá ainda mais força”.
Galvan ainda acrescentou que ele é um dos fundadores do Movimento Brasil Verde Amarelo, que foi criado para outras manifestações, entre elas a que protestou contra o Funrural. O fundo é movido por cobranças, que foram declaradas constitucionais pelo STF, para a contribuição previdenciária do produtor rural. Os valores são arrecadados por meio de imposto recolhido pela pessoa jurídica, no momento da compra do produto,e com base no valor bruto da comercialização.
Alvo da Polícia Federal
Galvan é investigado em inquérito movido pela Procuradoria-Geral da República por incitar a população para atos antidemocráticos. Isso porque, na semana passada, ele foi clicado ao lado do cantor Sérgio Reis e outros apoiadores de Bolsonaro, afirmando que os produtores fariam uma pressão para que o Senado abrisse processo de impeachment contra os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Além do ruralista, nove outras pessoas foram alvos, entre eles o próprio cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ).
Apesar de Galvan afirmar que a ação fortalece o movimento, a decisão do ministro Alexandre de Moraes proíbe os investigados de participarem da manifestação na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), onde o ato está marcado para 7 de setembro.