APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER
O senador mato-grossenseJayme Campos (União) criticou a falta de transparência do governo federal no que diz respeito à tramitação da Reforma Tributária no Congresso Nacional. O projeto foi aprovado em dois turnos pela Câmara dos Deputados e encaminhado para o Senado, contudo, até o momento, não foram divulgados números oficiais. Para Jayme, uma discussão dessa magnitude não pode ser feita dessa maneira.
“O que está ocorrendo hoje: estão criando dois ou três tributos, não é isso? Pois bem, nós temos que ter os números. Até agora não temos um número sequer. Como você vai aprovar uma reforma tributária dessas e dá um cheque em branco para o governo federal para que ele possa, através de uma lei complementar, dar os percentuais? É 25%, é 27%, é 24%? Até agora não temos esses números”, disse o senador em entrevista para a Rádio Conti, na manhã desta quarta-feira (19).
Jayme também criticou a declaração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que disse que o texto aprovado pela Câmara só deverá ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir ao plenário.
“Uma coisa que me chama a atenção é uma declaração do presidente Rodrigo Pachecho dizendo que vai passar só pela CCJ. Eu imagino que ele tinha que também tramitar pela Comissão de Assuntos Econômicos, que em tudo tem a ver com a reforma tributária”, defendeu.
O senador defendeu a reforma, que segundo ele é esperada desde a sua juventude. Contudo, destacou que não se pode acreditar que a reforma será a solução de todos os problemas de todas as pessoas. Disse que espera que a reforma facilite a vida do contribuinte e reduza a burocracia.
“A Reforma Tributária é fundamental. O Brasil já está atrasado há anos e mais anos. Eu estou apostando que essa reforma tributária possa trazer algo de concreto em favor do setor produtivo, da classe trabalhadora, facilitar ou dar celeridade ao andamento da questão tributária no Brasil que é um baque”, acrescentou.
Segundo Jayme, a tramitação do projeto no Senado deve ser mais demorada e detalhista do que foi na Câmara, especialmente porque o reduzido número de senadores permitirá um aprofundamento maior nas questões centrais do texto.