19 de Setembro de 2022, 09h:30 - A | A

Poderes / DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA

João Edisom valida pesquisas e aposta em segundo turno; "Aí vai ser outra história"

Para analista, cenário do primeiro turno está configurado, mas no segundo o jogo começa do zero.

DO REPÓRTERMT



O analista político João Edisom de Souza, a pedido do Repórter MT, analisou os diferentes cenários traçados pelos institutos de pesquisa que divulgaram sondagens a respeito da corrida presidencial no Brasil.

Tanto o Ipec, quanto o Datafolha, dois dos principais institutos de pesquisa do país, colocam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na frente de Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno. No entanto, em pesquisa publicada na última quinta-feira (15), o instituto Brasmarket, através da iniciativa privada, chamou a atenção por indicar o presidente da República 13 pontos à frente do petista.

Para João Edisom, que analisou em detalhes os dados da pesquisa, faltou abrangência na quantidade de pessoas ouvidas. Conforme o analista, o levantamento saiu ao custo de R$ 50 mil, o que não seria suficiente para construir uma amostra que fosse verdadeiramente representativa de todo o eleitorado nacional.

 

 “Com 50 mil reais não se faz uma pesquisa nem para o Estado de Mato Grosso, que tem 3,5 milhões de habitantes, imagina para o Brasil. Não dá nem para fazer o curso do MAPA, sai mais caro que isso”, disse.

 

 Considerando os números obtidos pelos principais candidatos na eleição presidencial de 2018, João Edisom avalia que o mais provável é que as pesquisas do Datafolha e Ipec tenham os números mais próximos da realidade. Além disso, para o analista, não se pode deixar de levar em consideração que Lula é um personagem político mais popular do que foi Fernando Haddad e que o cenário também será influenciado pelos novos eleitores, que no último pleito tinham menos de 16 anos, idade mínima para votar no Brasil.

 

 

“Eu não tenho dúvida que nesse primeiro turno o Lula está à frente do Bolsonaro e que Lula ganhe o primeiro turno. O que se discute é se a eleição termina no primeiro turno ou não. Não terminando no primeiro turno, o segundo é uma outra eleição”, avalia.

Para João Edisom, a não ser que algum evento extraordinário mude o curso dos acontecimentos, os dois principais candidatos vão oscilar dentro da margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

A grande novidade dessa eleição, para o analista, é que quando Bolsonaro ou um aliado se move no tabuleiro, geralmente ele perde votos. Enquanto isso, Lula evita se expor o máximo possível, porque sempre que isso acontece, ele também perde votos.

O cenário consolidado para o primeiro turno das eleições, contudo, não significa que o jogo está ganho para o candidato petista. Na opinião de João Edisom, o segundo turno será acirrado e vai ser um novo jogo.

“Então eu não tenho motivo para acreditar nessas empresas que estão cobrando cinquenta mil reais [para fazer pesquisas]. Agora, isso significa que o Lula ganhou? Longe disso. Se vai para segundo turno é outra história”, conclui.

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