APARECIDO CARMO
CONEXÃO PODER
O deputado estadual Júlio Campos (União) disse que a derrota de Kalil Baracat (MDB) para Flávia Moretti (PL), no último domingo (06), na tentativa de se reeleger como prefeito de Várzea Grande pode ser atribuída à falta de água na cidade e a operação da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Deccor), contra um suposto esquema de aparelhamento do Departamento de Água e Esgoto (Dae) para corrupção e fins políticos.
A Operação Gota D’água cumpriu 123 ordens judiciais, entre elas as prisões do vereador Pablo Pereira (União), acusado de cooptar servidores e liderar o esquema de corrupção, assim como do diretor comercial da autarquia, Alessandro Leite de Campos.
“A crise de Várzea Grande também foi a falta de água, o problema da água. A candidata da oposição, e agora prefeita eleita, Dra. Flávia Moretti, bateu com a sua equipe muito duro no problema de água em Várzea Grande, veio aquela tragédia daquele escândalo do DAE nas vésperas, quinze dias antes da eleição, também repercutiu muito”, disse Júlio.
Júlio Campos, que passou a evitar dar declarações públicas depois de ser condenado a pagar R$ 15 mil de indenização por chamar Flávia Moretti de “meio psicopata”, também reconheceu um desgaste do grupo político ligado à família Campos, que estava no poder há 12 anos, desde o primeiro mandato de Lucimar Campos, esposa do senador Jayme Campos, que foi sucedida por Kalil.
“Há uma fadiga de material. Avião quando voa muito vai estragando, então o nosso grupo político em Várzea Grande está há vinte anos praticamente no poder. Vinte anos, não, menos. Porque tivemos dois oposicionistas nesses últimos anos, que foi o Murilo e o Wallace. Mas mesmo assim, estamos com três mandatos consecutivos, dois da Lucimar e um do Kalil e agora querem mudar”, refletiu.
“Faz parte da democracia, desejo sucesso, não só a ela, mas também a quem for eleito prefeito de Cuiabá no segundo turno, entre Lúdio e Abilio”, concluiu.
Tanto Júlio quanto Jayme Campos foram duplamente derrotados nas eleições deste ano. Eles também foram os responsáveis pela movimentação dentro do União Brasil que levou à escolha de Eduardo Botelho como o candidato do partido em Cuiabá, preterindo o favorito do governador Mauro Mendes, que era o deputado federal Fábio Garcia.