MÁRIO ANDREAZZA
DA REDAÇÃO
A disparada no preço dos combustíveis tem assustado motoristas que param para abastecer o veículo e percebem que a cada dia seu dinheiro tá valendo cada vez menos. Etanol, gasolina e diesel aumentaram significativamente e isso reflete em toda cadeia econômica, principalmente no mercado e no preço do gás. O problema ainda está no impacto econômico causado pela pandemia e a desvalorização do real perante o dólar.
Em Cuiabá hoje encontramos etanol a R$ 4,90, diesel R$ 5,15 e gasolina R$ 6,59.
Para tentar entender esse “disparada de preços” o #reportermt conversou com o Sindipetróleo.
De antemão vale entender que o petróleo, base do diesel e da gasolina, é uma commodity e como tal seu valor é classificado conforme a oferta e demanda do mercado internacional.
Por se tratar de mercado internacional, a moeda escolhida como referência mundial, devido sua estabilidade, ou seja, por oferecer menos incertezas quanto a oscilações bruscas, para mais ou para menos, é o Dólar, moeda dos Estados Unidos.
Outro ponto a destacar é que apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo, o país ainda precisa importar esse óleo tratado, limpo, refinado, o que gera derivados necessários para a composição dos combustíveis.
Diante desses fatos, ainda levando a consideração a oscilação a moeda brasileira e desvalorização em relação ao dólar, não fica difícil entender esse aumento “absurdo” na bomba.
O Sindipetróleo também explicou que um fator muito importante que faz o preço dos combustíveis oscilar dessa forma é a lei de “oferta e demanda”, que impacta diretamente nos preços.
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Em 2020 o petróleo teve uma desvalorização devido à pandemia e o impacto que ela teve na economia mundial, quando as pessoas ficaram mais em casa e o consumo caiu e, consequentemente, a produção foi diminuída.
Porém, com o avanço da vacinação, queda nos números de mortes e de infectados, as pessoas estão retomando suas rotinas e com isso a demanda global voltou a crescer significativamente, ainda com uma produção menor, pressionando os preços para cima.
Só no último ano o preço do barril de petróleo aumentou 70% em dólar.
“O que aconteceu foi que primeiro caiu o valor do petróleo no período da pandemia em 2020 e em 2021 voltou a subir. Teve menor produção, mas agora com o consumo global voltando a crescer rápido, pressiona o preço novamente. Diante de tudo isso e mais os custos dos impostos o mercado mostra um cenário de alta ainda”, afirmou o diretor-executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares.
Aumento de combustíveis é responsável por um efeito cascata na economia, significa maior custo nos transportes em um país em que funciona predominantemente por rodovias, por onde são transportados alimentos e demais produtos, até mesmo o etanol chega ao posto de combustíveis por uma carreta movida a diesel.
Ou seja, o transporte ficou mais caro, mais cara é a produção e esse aumento, geralmente, morre no bolso do consumidor final.