DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER
O governador Mauro Mendes (União Brasil) usou seu perfil no Instagram nesta sexta-feira (10) para se manifestar, pela primeira vez, sobre a Operação Hermes 2, deflagrada pela Polícia Federal essa semana. Entre os citados na investigação, está o filho do governador, Luis Antônio Mendes. Para Mauro, tudo não passa de "uma grande armação feita por adversários políticos”.
"Há muito tempo os meus adversários políticos - alguns deles com uma ficha extensa de acusação de prática de crimes - aliados a uma pequena parte da imprensa que teve interesses contrariados, tentam atingir a mim de forma pessoal ou empresarial, bem como atingir minha esposa, meu filho e a minha família", disse.
"Sempre com mentiras e armações, como sempre fizeram, pois nunca conseguiram me atacar na condição de prefeito ou governador", emendou.
Luis Antônio Mendes é sócio das empresas Kin Mineradora Ltda. e Mineração Aricá Ltda, que estão sendo investigadas por suposto comércio ilegal de mercúrio. A operação foi deflagrada na quarta-feira (08) e cumpriu mandados em Mato Grosso e outros três estados.
Mauro Mendes explicou que Luis tem apenas ações minoritárias nas mineradoras e não tem responsabilidade sobre a gestão e atos praticados pelas mesmas.
"Meu filho não é diretamente sócio das empresas investigadas e não é administrador delas. Ele é apenas um dos sócios de uma pessoa jurídica, que é acionista minoritário com 25% das mineradoras. Ele não tem nenhuma responsabilidade sobre a gestão e atos das empresas. Há mais de dois anos que ele não vai às sedes ou plantas operacionais e isto está formalmente documentado no acordo de acionista", escreveu.
Durante as investigações, a Polícia Federal, juntamente com o Ministério Público Federal, chegou a solicitar a prisão do filho do governador juntamente com outros empresários, mas o pedido foi negado pela Justiça Federal devido a "argumentos frágeis".
A juíza Raquel Coelho Dal Rio Silveira, da 1ª Vara Federal de Campinas (SP), responsável pela decisão, destacou que não ficou comprovado nenhum “vínculo associativo” entre os investigados e o Grupo Veggi, principal empresa investigada pelo suposto esquema, com sede em São Paulo.
Em nota, o governador chegou a questionar a PF sobre o pedido de prisão de Luis, "só porque é filho do governador".
"As empresas investigadas, por supostamente comprar mercúrio de forma irregular, possuem administradores, que respondem legalmente pela gestão e seus atos. Estranhamente o delegado pede a prisão do meu filho - sem fundamentação e de forma arbitraria - que é apenas um entre vários outros sócios indiretos. Porque não pediu de todos os administradores e sócios? Porque escolheu o FILHO DO GOVERNADOR????"
Por fim, Mauro enfatizou a inocência do filho e classificou os ataques como "covardes".
"A verdade é apenas uma. Meu filho não é administrador da empresa investigada e não praticou nenhuma ilegalidade. Mesmo assim está sendo alvo de ataques covardes para tentar me atingir. Confio em Deus e na Justiça."