05 de Maio de 2024, 11h:38 - A | A

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Mauro: Cacique Raoni já pediu asfalto na aldeia e quer vir falar comigo sobre barrar ferrovia?

As críticas de Raoni ocorreram após reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron, que esteve no Brasil em março e condecorou o líder do povo kayapó com a ordem do cavaleiro da Legião de Honra da França

RENAN MARCEL
DAFINNY DELGADO



O governador Mauro Mendes (União Brasil) classificou como incoerente a postura do cacique Raoni Metuktire em criticar a Ferrogrão, ferrovia que pretende conectar a cidade de Sinop a Miritituba, no Pará. Mauro disse que Raoni já até pediu asfalto para ele em outra ocasião, argumentando que o investimento do Estado favorece a comunidade indígena.

As críticas de Raoni ocorreram após reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron, que esteve no Brasil em março e condecorou o líder do povo kayapó com a ordem do cavaleiro da Legião de Honra da França.

"Nós vimos ele saindo de uma reunião com o Macron e começa a falar mal da ferrovia. Ficou muito estranho isso. Ficou parecendo que ele estava sendo um porta-voz do Macron", criticou Mauro durante a entrega da Avenida Parque Barbado, em Cuiabá, na quinta-feira (02).

 

 Segundo Mauro Mendes, o cacique já demonstrou interesse em se reunir com o governador para explicar as críticas à ferrovia. Em entrevista à imprensa, Mauro lembrou pedido feito por Raoni para obras de asfaltamento na MT-322.

 

 "Ele quer vir aqui falar comigo e quer vir se explicar com relação à ferrovia. Tem gravado isso [o pedido de asfalto] lá na cidade de Peixoto de Azevedo, uma roda de índio e um deles traduzindo. Está gravado. Então, eu acho uma incoerência".

Mauro disse ainda que a Ferrogrão tem todos os elementos  para prosperar. "Os argumentos são amplamente favoráveis à ferrovia. Quem fala contra a ferrovia está trabalhando a favor da emissão de carbono. Não passa dentro de nenhuma reserva indígena, mais de 90% do traçado está ao longo da BR-163, na faixa de servidão, não vai desmatar quase nada", pontua.

Na segunda-feira, o governador foi entrevistado no programa Roda Viva e repercutiu o assunto. “A Ferrogrão é um importante instrumento para melhorar a competitividade do agro do meu estado Mato Grosso. Os franceses, todos nós sabemos eles têm grande dificuldade em manter a sua agricultura a base de subsídios e é isso que está em jogo. Se aumenta a eficiência de um agro que já é muito competitivo no mundo inteiro, vai ser difícil americanos e principalmente os nossos amigos franceses e de alguns outros países que são produtores na Europa, conseguir competir com o Brasil”, disse.

Para Mauro, Macron financia pessoas aqui no Brasil para falar mal da Ferrogrão, com o intuito de atrapalhar a competitividade do Estado e do País.

“Com todo o respeito aos franceses, ao senhor presidente da França, mas ele sai de uma reunião com uma liderança indígena, ali que está a mais de 300 km de onde vai passar a Ferrogrão, e depois disso o cacique Raoni começa a falar mal da ferrovia. Ficou muito na cara que ele veio aqui com essa encomenda de capturar uma liderança indígena para dizer que a Ferrogrão ia ser ruim”, ressaltou.

Ferrogrão

Caso a Ferrogrão saia do papel, ela terá 933 quilômetros de extensão e conectará a região produtora de grãos do Mato Grosso, a partir de Sinop, ao estado do Pará, desembocando no porto de Miritituba, em Itaituba.

A ferrovia ficaria responsável pelo escoamento de mais de 50% da exportação de grãos de Mato Grosso (22% de todo o grão exportado do Brasil), proporcionando uma redução de R$ 50 por tonelada no frete do escoamento de grãos produzidos no estado.

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