CAMILLA ZENI
DAFFINY DELGADO
O governador Mauro Mendes (DEM) defendeu uma apuração contra o contrato de concessão da BR-163 em Mato Grosso, firmado com a Rota do Oeste. O gestor considerou “um absurdo” o fato de que, até o momento, a empresa não se mobilizou para iniciar a duplicação da rodovia no norte do Estado.
“O que está acontecendo na BR-163 é um absurdo, isso eu posso dizer. Alguém ganhou uma licitação para duplicar, teria que em 2019 estar 100% duplicado de Cuiabá até Sinop e não duplicaram, ou seja, isso é uma fraude que está acontecendo contra o cidadão mato-grossense”, criticou o governador.
A manifestação de Mauro se deu após questionamento em relação à proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso da BR-163 em Mato Grosso, feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB).
“Queremos entender como essa empresa (Rota do Oeste) arrecada tanto e não faz essas obras. Muita gente já perdeu a vida nessa rodovia”, disse Russi, ao falar da possibilidade da CPI.
Na visão do governador, a investigação deve ser feita, uma vez que o contrato firmado para a concessão foi claro em relação aos prazos e obrigações da empresa. Além disso, Mauro cita que a população continua pagando pedágio para rodar na rodovia e não vê a mudança acontecer.
“Ganharam um contrato para fazer, estão cobrando pedágio e não fizeram um metro sequer dessa duplicação. A minha opinião é muito óbvia: Está errado! Como pode dizer que está certo um negócio desse? Então todo mundo pode descumprir contrato? Estão cobrando para fazer, estão recebendo para fazer e não fizeram. Simples assim. Alguém tem que tomar providência”, completou Mauro.
Duplicação em pauta
A situação da falta de cumprimento do contrato de concessão tem sido cobrada por políticos mato-grossenses há meses, e motivou uma audiência pública na seccional mato-grossense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no mês de julho.
Na ocasião, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, participou pessoalmente do encontro e apresentou uma proposta de termo de ajustamento de conduta (TAC). Essa proposta previa a reprogramação do calendário de obras, com a retomada da duplicação até o mês de março de 2022, e exigia a troca do controle acionário da empresa.
À reportagem, a Rota do Oeste informou que a troca ainda não foi feita, uma vez que depende dos trâmites burocráticos do governo federal. Entretanto, apesar disso, o prazo para retomada da duplicação foi estabelecido e deve ser mantido.
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