DO CONEXÃO PODER
O governador Mauro Mendes (União) voltou a defender a perda da terra para pessoas que cometem crimes de desmatamento ilegal. A declaração foi uma repercussão do programa Fantástico, da Rede Globo, exibido nesse domingo (14), que mostrou o caso do fazendeiro que foi multado em R$ 2,8 bilhões após desmatar mais de 80 mil hectares de uma propriedade no Pantanal mato-grossense.
Para o chefe do Executivo estadual, a situação é mais uma prova que as "pessoas estão perdendo o medo da legislação brasileira”.
“Esse é um grande absurdo ambiental. Uma única pessoa desmatou 80 mil hectares usando produto químico, com avião, o que dificulta a fiscalização, porque as árvores vão morrendo lentamente”, relatou.
“Em um caso desse, o valor da multa é muito superior ao valor da terra. Por isso que eu tenho defendido e vou continuar defendendo: fez desmatamento ilegal, tem que perder a área, perdimento completo. Porque essa é a garantia que a área seria preservada”, ressaltou.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação foi iniciada em 2022, após denúncia de que uma propriedade rural, localizada no município de Barão de Melgaço (a 109 km de Cuiabá), estava utilizando agrotóxico na região do Pantanal com a finalidade de promover a limpeza de vegetação nativa, denominado “desmate químico”.
A conduta investigada resultou na mortandade de espécies arbóreas mediante o uso irregular e reiterado de 25 tipos de agrotóxicos em área de vegetação nativa, promovendo o desmatamento ilegal em 11 propriedades rurais. A aplicação dos produtos tóxicos se deu por via aérea, o que agrava ainda mais a situação.
O governador destacou ainda que a legislação brasileira é frouxa e não tem sido capaz de coibir a prática dos crimes ambientais.
“Esse mecanismo já está previsto na legislação brasileira para quem, na sua propriedade rural, planta maconha ou produz cocaína. Temos que endurecer a nossa legislação de maneira inteligente, para que seja respeitada por todos. Se esse cara tivesse ciência e tantos outros que, se desmatar ilegalmente ele perderia a sua terra, não arriscaria. Com o perdimento, vamos banir de vez esse tipo de crime no nosso país”, pontuou.