04 de Janeiro de 2023, 13h:40 - A | A

Poderes / DÍVIDA DE R$ 350 MILHÕES

Mauro descarta cobrir rombo na Saúde de Cuiabá; "Aí fica fácil fazer esculhambação"

A situação caótica vivenciada no sistema público da Capital foi divulgada em primeiro boletim da intervenção, nesta terça-feira (03).

DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER



O governador Mauro Mendes (União Brasil) descartou, na manhã desta quarta-feira (04), que o Governo de Mato Grosso possa enviar recursos extras para quitar o rombo de mais de R$ 350 milhões da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, que está sob intervenção estadual.

“A Prefeitura criou o problema e ela tem que resolver o problema. Não é assim: eu crio o problema e vem alguém e resolve pra mim. Isso não existe em lugar nenhum. A culpa é da Prefeitura Municipal, a culpa é do prefeito municipal. Se não seria fácil, né. Alguém vai lá, faz mazela, faz esculhambação, apronta, aí alguém intervém e paga a conta”, ironizou.

A dívida foi encontrada e divulgada nesta quarta, em boletim do Gabinete de Intervenção. De acordo com o interventor Hugo Fellipe Lima, em todas as contas da SMS e da Empresa Cuiabá de Saúde, existe apenas o saldo de R$ 5,6 milhões, que é insuficiente para quitar a dívida e vai ser usado apenas para pagar servidores, que estão com salário de dezembro atrasado.

 

Mauro Mendes teve uma reunião no final da tarde de terça-feira (03) com o interventor, onde viu o que foi encontrado nesses primeiros cinco dias de intervenção estadual. O governador classificou como “terrível má gestão” e culpou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pelo caos em que se encontra o sistema público de saúde da Capital.

 

"Ontem no final do dia o interventor me mostrou aquilo que foi divulgado hoje. (...) Existe lá claramente uma má gestão, terrivelmente uma má gestão, algo assim absurdo e que afronta todo os princípios da administração pública. Ali é algo assim estarrecedor. Vamos aguardar, ele (interventor) está fazendo o diagnóstico para entender o tamanho do problema para começar a construir as soluções", declarou.

 

 

Questionado se o Governo do Estado poderia enviar algum repasse para quitar a dívida ou ajudar na solução do problema, Mauro descartou e destacou que o Executivo vai continuar apenas com o envio de recursos constitucionais.

“Eu não tenho obrigação de transferir verbas adicionais em função da intervenção. Nós vamos continuar transferindo para a Prefeitura de Cuiabá as verbas constitucionais e legais”, disse.

Além do rombo, a equipe de intervenção apontou a falta de medicamentos de uso contínuo para tratamento de doenças como diabetes, que atinge mais de 139 mil pessoas na cidade.

A intervenção estadual foi determinada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri que atendeu a um pedido do Ministério Público do Estado que alegou que o sistema de saúde da Capital “colapsou” e está em “calamidade pública”.

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