CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que a novela em torno da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá e Várzea Grande está encerrada. Isso porque, segundo ele, o Estado já quitou toda a dívida contraída para a implantação do modal.
"Isso é um ponto final, gente. Nós até pagamos a Caixa Econômica, não devemos mais nada a eles”, afirmou o governador nessa segunda-feira (20), durante inauguração da nova Estação de Tratamento de Água do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.
Mauro lembrou que o Estado já até publicou o edital de licitação para contratação de uma empresa para implantar o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT, em inglês) e que qualquer especulação em torno de uma possível volta do VLT, por meio de brigas judiciais, seria “factoide, besteira”.
“Todo mundo que prometeu uma guerra jurídica levou uma saraivada jurídica, e o governo está muito consciente no seu papel, daquilo que está fazendo. Falar contra isso é desrespeitar até o próprio interesse público", avaliou o governador.
No mês de setembro, o governo estadual apresentou os estudos técnicos para a mudança do VLT para o BRT em duas audiências públicas. Já no mês de novembro, Mauro anunciou a intenção do governo de quitar a dívida com a Caixa, na ordem de R$ 560 milhões, para acabar com a dependência da instituição bancária.
Segundo o governador, inicialmente, o Estado pretendia usar o dinheiro que restou do projeto do VLT para pagar parte do projeto do BRT. Contudo, Mauro avaliou que pagar a dívida seria uma forma mais rápida de finalizar as discussões. Ele também garantiu à época que o Estado tem condições de arcar sozinho com os custos do BRT.
O projeto do novo modal foi orçado em R$ 480 milhões, compreendendo a construção de 46 estações, quatro terminais e diversas obras auxiliares, como construção de viadutos e ponte. Entretanto, o valor final apenas será conhecido após a finalização da licitação. A projeção é que esse valor possa crescer até 40%, em razão do aumento nos custos dos materiais de construção.
VLT
O VLT foi contratado pelo governo estadual em 2012, para ser entregue até a Copa do Mundo de 2014, que teve Cuiabá como uma das sedes. Entretanto, mesmo depois do mundial, as obras quase não tiverm andamento e foram envolvidas em esquema de corrupção, denunciado pelo ex-governador Silval Barbosa. O Estado decidiu, então, rescindir o contrato e até hoje briga para conseguir a venda dos vagões e o ressarcimento aos cofres públicos. Ao todo, mais de R$ 1 bilhão foram investidos na obra.