DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER
O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou na noite de domingo (01), que a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso em determinar a intervenção do Governo do Estado na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, é resultado dos "escândalos" de corrupção que envolveram os antigos gestores da Pasta.
“Eu lamento que tenhamos chegado a esse 'estado de coisa' e a Justiça tenha determinado o Estado a fazer essa intervenção”, afirmou, em coletiva de imprensa logo após tomar posse para segundo mandato de governador.
O desembargador Orlando Perri acatou, na semana passada, um pedido de urgência do Ministério Público do Estado (MPMT) e determinou a intervenção pelo prazo de 180 dias. No requerimento, o MP alegou que o sistema de saúde da Capital “colapsou” e está em “calamidade pública”.
Logo após a decisão, Mauro nomeou o procurador do Estado Hugo Fellipe Martins como interventor. Para o governador, a escolha do nome foi estratégica e sem viés político, para que um diagnóstico possa ser feito e espera "virar essa página de caos" nós próximos seis meses.
“Nós escolhemos uma pessoa absolutamente técnica, sem nenhum viés político como talvez fosse a aposta de muitos, para que ele possa realizar um diagnóstico do que realmente aconteceu e melhorar os serviços da saúde na Capital num curto espaço de tempo e cumprindo o que está no teor da decisão”, disse.
“Eu lamento, mas nós temos que reconhecer que houve 'N' fatores que levaram a isso, inúmeras trocas de secretários, escândalos de corrupção, prisões de secretários... Então, é muito lógico que quando não há gestão, não há seriedade, não há responsabilidade com a condução da coisa pública, quem paga o preço é a população”, completou.
Escândalos
A Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá já foi alvo de diversas operações da Polícia Civil e Federal durante o mandato do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Vários secretários já foram exonerados da Pasta após investigações de corrupção.
Além das operações policiais, a Câmara Municipal já abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), onde, em seu relatório, denunciou ao Ministério Público Estadual (MPMT) o prefeito, os ex-secretários de Saúde, Luiz Antônio Possas e Ozenira Felix, e mais 31 pessoas.
A CPI também solicita que o MP requeira a devolução de R$ 26.085.880,34 milhões, equivalente à soma dos prejuízos já mensurados.