01 de Novembro de 2022, 14h:44 - A | A

Poderes / ATOS CONTRA LULA

Mauro e Bustamante decidem negociar com manifestantes antes de medidas mais drásticas

Dezenas de trechos de rodovias foram bloqueados por apoiadores de Jair Bolsonaro, após sua derrota nas urnas.

DAFFINY DELGADO
DO CONEXÃO PODER



O governador Mauro Mendes (União Brasil) se reuniu na manhã desta terça-feira (1º) com o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, e com o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Francisco Elcio Lima Lucena, para debater os próximos passos em relação às manifestações nas rodovias de Mato Grosso.

Os bloqueios começaram na noite de domingo (30), após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. Os grupos pedem intervenção militar no país para tentar impedir que Lula (PT), vencedor da disputa, ocupe o cargo em 2023.

Em entrevista logo após a reunião, Bustamante explicou que serão abertas negociações, envolvendo todas as forças de segurança, para evitar o uso da força de imediato.

 

 

"A gente realmente vai negociando com todo mundo, porque tem muita gente que vai sair das estradas com essa negociação. Eu acredito muito na condição ordeira do povo mato-grossense. Se for necessário, não acredito que vá ser, faremos o uso da força para poder fazer as desobstruções, mas acredito muito na sensibilidade de todos e vamos trabalhar nisso", afirmou.

 

 

Na noite de segunda-feira (31), o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o uso do efetivo da Polícia Militar para auxiliar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na liberação das vias. A decisão ainda previu multa de que varia de R$ 5 a R$ 100 mil e prisão do superintendente nacional da PRF, se não resolver a situação.

 

 

Somente em Mato Grosso, ao menos 25 trechos estão ocupados. O secretário evitou dar um prazo para que os movimentos se dissipem.

"Acredito muito na capacidade dos nossos negociadores e das pessoas que estão organizando os movimentos. Então acredito que vai acabar bem rápido em alguns pontos e, em outros mais sensíveis, deve demorar um pouco mais. Vai levar o tempo necessário. Muitas vezes pode ter lugares mais difíceis pra desocupar, pode ter que usar um pouco de força, outros são mais simples. Vai depender de caso a caso”, explicou.

Em entrevista na noite de segunda-feira (31), Mauro Mendes disse que os manifestos estão prejudicando a própria população, mas acredita que os protestos acabem de forma natural, sem que haja utilização das forças de segurança.

"Quem está sendo prejudicado é o próprio cidadão. Nós vamos dialogar e vamos usar aquilo que a justiça determinar com relação a esses bloqueios. Eu espero e tenho certeza que boa parte deles vão se desfazer naturalmente, sem que haja nenhum tipo de dano maior à sociedade e nem a necessidade de utilizar qualquer medida judicial ou até mesmo as forças de segurança", afirmou.

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