01 de Julho de 2023, 09h:47 - A | A

Poderes / BOLSONARO INELEGÍVEL

Medeiros: A mesma reunião com embaixadores que o ex-presidente fez, Fachin também fez

Para Medeiros, foi criada uma "narrativa" de golpe desde a reunião de Bolsonaro com embaixadores, para culminar em sua condenação

APARECIDO CARMO
DO CONEXÃO PODER



O deputado federal José Medeiros (PL) classificou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que nesta sexta-feira (30) declarou a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por oito anos, como o “desfecho de um filme do qual se tinha dado spoiler desde o início das suas filmagens”.

Por um placar de 5 votos a 2, o ex-presidente fica sem poder disputar qualquer cargo público até a eleição de 2030. Ele foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, após uma reunião com embaixadores, onde colocou em xeque o sistema de urnas eletrônicas nas eleições, levantou hipótese de fraude e ofendeu ministros. As declarações foram transmitidas em rede nacional.

“O presidente Jair Bolsonaro se torna inelegível de acordo com o entendimento dos juízes, porque teria feito uma reunião com embaixadores. Bom, dentre as prerrogativas de um presidente da República está poder fazer reuniões com embaixadores, com gente de outros países, visitar países e por aí vai. Para falar o que? Para falar qualquer assunto”, disse.

 

 “Não existe no ordenamento jurídico brasileiro uma cartilha dizendo o presidente pode dizer isso, mas não pode dizer aquilo.  Aliás, a constituição diz que você pode contrapor, pode se expressar da forma que você bem entender. Isso se tratando de um cidadão médio, o que dirá de um presidente da República, que deveria sim poder tratar de todos os assuntos”, acrescentou.

 

 

Segundo Medeiros, a decisão de Bolsonaro de reunir os representantes de governos de "países amigos" para tratar do sistema eleitoral foi para apresentar um contraponto a uma reunião similar, organizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

“Essa mesma reunião foi feita pelo ministro Fachin por ter ele entendimento de que deveria contar ao mundo que a eleição, que o processo eleitoral brasileiro é infalível e por aí vai. Foi criada toda essa narrativa e o ministro Fachin resolveu fazer uma reunião com embaixadores e fez uma reunião com embaixadores. O que fez o presidente Jair Bolsonaro? Fez o contraponto”, disse.

O parlamentar, apoiador de primeira hora do ex-chefe do Executivo Nacional, negou que a ação de Bolsonaro de chamar embaixadores estrangeiros para uma reunião onde foram tecidas críticas ao sistema eleitoral brasileiro tenham relação com os atos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Poderes da República foram atacadas e vandalizadas em Brasília.

“E aí por causa desse contraponto que ele fez foi criada uma narrativa de golpe, uma narrativa de que tudo o que aconteceu em 8 de janeiro foi por culpa dele. Isso não é verdade, isso é uma mentira deslavada e todo mundo sabe que as pessoas foram para a rua não porque Bolsonaro perdeu a eleição, foram para a rua porque elas estavam insatisfeitas pela forma como foi conduzido o processo eleitoral, isso sim”, concluiu.

 

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