11 de Agosto de 2021, 10h:15 - A | A

Poderes / “O POVO ESTÁ VENDO”

Medeiros culpa imprensa e TSE por derrota do voto impresso

PEC foi analisada pelo plenário da Câmara na terça-feira e rejeitada por maioria dos votos

CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO



O deputado federal José Medeiros (Podemos-MT), vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, atribuiu a derrota da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso na Câmara dos Deputados, na noite dessa terça-feira (10), à atuação da imprensa e às articulações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso.

“É uma pena, porque nós tivemos que enfrentar um jogo muito bruto. O presidente do TSE [ministro Luís Roberto Barroso] veio para o Congresso e realmente trabalhou. Não só ele, como boa parte de toda a mídia que é contra o Presidente da República. Isso teve um impacto muito forte na votação”, avaliou o parlamentar.

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“Não vou dizer que estamos contentes com isso. Não estamos, porque tínhamos a esperança de modernizar essa urna, de tirar essa dúvida [...] e, mesmo assim, a resistência foi muito grande da parte dessas pessoas que se intitulam donos do processo eleitoral. O processo eleitoral existe em função das pessoas e não as pessoas em função da tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral”, acrescentou.

De acordo com Medeiros, a Câmara já tinha feito uma discussão semelhante há algum tempo, quando a maioria esmagadora dos deputados sinalizou a intenção de mudança nas urnas. Ele citou, ainda, as recentes manifestações da população - incentivadas pelo presidente Jair Bolsonaro - pedindo a adesão ao voto impresso.

“A gente sente que às vezes o parlamentar vem pra Brasília e esquece do povo, mas ele tem que compreender que o povo também esquece dele, porque nunca vi uma manifestação tão forte. As pessoas foram para a rua pedir voto impresso. Foram milhões de pessoas que foram às ruas e eles [deputados] chegaram aqui e, simplesmente, não deram nenhum valor para essa manifestação. Pelo contrário, alguns queriam criminalizar, falaram que era atos antidemocráticos”, criticou.

Por se tratar de uma emenda constitucional, o texto, que já havia sido rejeitado na comissão de especial na semana passada, precisava de pelo menos 308 votos. Entretanto, a votação na noite de ontem terminou com 229 favoráveis à PEC e 218 contrários e uma abstenção.

“O importante é que o povo brasileiro está acompanhando, está vendo quem joga no time do povo e quem está jogando bola nas costas, porque a grande verdade é que as pessoas se manifestaram”, finalizou.

Debate na Câmara

O debate sobre a instituição do voto impresso foi levado à Câmara Federal pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), que determina a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor”, independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.

O deputado Filipe Barros (PSL-PR) tentou fazer um substitutivo que propunha a contagem pública e manual dos votos, a partir de cédulas impressas no momento da votação. No entanto, a proposta foi barrada na comissão especial. Por isso, o texto original foi levado ao plenário.

Desde que o assunto ganhou maiores proporções, o Tribunal Superior Eleitoral passou a fazer campanhas garantindo a lisura da urna eletrônica, que também foram replicadas pelos Tribunais Regionais. Ainda, o TSE passou a rebater, por nota à imprensa, cada argumentação considerada "equivocada" do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros em relação ao tema.

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Edson T'Ayra 11/08/2021

Ainda existe vida inteligente senhor deputado Retrocesso nunca Qtas urnas voto impresso foram encontradas dentro do rio Cuiabá

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