CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
Alvo de denúncia por disseminação de fake news (isto é, notícias falsas), o deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) informou que não foi notificado sobre a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), mas reafirmou ser vítima de perseguição política.
Na última semana, o STF acolheu denúncia do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE) e determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a suspeita contra o parlamentar. A investigação sigilosa veio à tona nesta segunda-feira (27).
“O deputado federal lamenta a manobra política de taxar a verdade dos fatos de fake news na tentativa de enganar a população. Infelizmente, estão fazendo isso contra o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados em todo o país”, diz trecho de nota da assessoria do parlamentar, enviada à imprensa.
O deputado disse ainda que “instituições como o Ministério Público do Estado de Mato Grosso estão sendo usadas por forças políticas, que estão preocupadas apenas com o processo eleitoral de 2022”, e atribuiu a culpa ao governo Mauro Mendes (DEM).
Segundo Medeiros, ele estaria sendo vítima de “visível perseguição e ataques” desde que passou a denunciar “as mazelas do governo” e afirmou confiar na Justiça. Em relação à isso, desde meados de 2020 Medeiros tem sido opositor fiel ao governo Mauro Mendes por considerar que o gestor foi injusto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia.
Denúncia
Conforme o Conexão Poder noticiou, a denúncia ao STF foi feita no final de agosto, poucos dias depois que o MPE alegou que Medeiros agia de má-fé ao espalhar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.
Na época, o país ainda discutia fortemente suspeitas de fraude contra o sistema atual de votação, e havia manifestações pedindo a adoção de voto impresso auditável, em uma campanha endossada principalmente pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o MPE, Medeiros deturpou informações de uma investigação que estava em sigilo no Ministério Público Estadual para sugerir que as urnas eletrônicas não são seguras.
O órgão já tinha avisado, naquela oportunidade, que considerava grave o fato de Medeiros usar um documento sigiloso para tentar confundir a população, e que, por isso, iria representar contra o deputado na Procuradoria-Geral da República (PGR) e na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. O caso, agora, é investigado pela PGR.
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