THAIZA ASSUNÇÃO
DO CONEXÃO PODER
O governador Mauro Mendes (União) criticou o pedido de intervenção federal feito por manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais. O pedido ganhou força nos protestos realizados nesta quarta-feira (2), em frente aos batalhões do Exército em Cuiabá e em todo o país.
“A meu ver não tem o menor cabimento, é uma manifestação de um desejo que não tem âncora em nenhuma realidade, não tem âncora na verdade, em nada. É o desejo de algumas pessoas, e eu lamento que elas estejam descoladas da realidade, da verdade e da legalidade”, criticou Mendes.
A Intervenção Federal, como está sendo chamada pelos manifestantes, é um mecanismo que possibilita a interferência federativa em um estado ou no Distrito Federal, ou seja, o Governo Federal intervém em algum estado, distrito ou município.
Diferente da intervenção militar, que não é abordada pela Constituição Federal, a Federal está prevista na Carta Magna Brasileira, no artigo 34, mas não pode ser usada para reverter ou anular o resultado de uma eleição democrática.
As manifestações contra a vitória do presidente Lula (PT) tiveram início no Estado na noite do último domingo (30). Centenas de manifestantes bloquearam as rodovias estaduais e federais de Mato Grosso.
Mendes declarou serem legítimas as manifestações, mas disse não concordar com os fechamentos das estradas.
“Protestos feitos dentro da lei, com ordem, com respeito, são sempre compreendidos. Não pode exceder, não pode tirar o direito de ir e vir das pessoas para reivindicar o seu direito. Se você tira o direito das pessoas para reivindicar o seu direito, que moral você tem para fazer isso? Eu não posso concordar e não concordo”, afirmou.
O governador negou que o Estado tenha demorado para agir contra os fechamentos das rodovias.
"Tivemos um pouco de compreensão no 1º e 2º dia e a partir daí, teve um limite. E desde ontem (2) passamos a atuar mais fortemente. Eu acho que todo cidadão que quer protestar e fizer isso de forma democrática, respeitosa e sem cercear o direito de outras pessoas, isso tem que ser tolerado em qualquer canto, em qualquer campo. O que não pode querer causar transtornos", pontuou.