EUZIANY TEODORO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), instaurou Procedimento Preliminar de Investigação para esclarecer o contexto da denúncia feita pelo deputado estadual Wilson Santos, em entrevista exclusiva ao RepórterMT, de que deputados estaduais teriam reivindicado à Secretaria de Estado de Segurança Pública a instalação de tomadas em celas de líderes de organizações criminosas.
O coordenador do Naco, promotor Marcos Regenold Fernandes, ressaltou que, embora não tenham sido identificados os agentes políticos supostamente envolvidos, as condutas aviadas se amoldam ao crime envolvendo organização criminosa disciplinado pelo art. 2 da Lei 12.850/2013.
“É imperioso, neste momento, proceder diligências investigatórias preliminares visando esclarecer o contexto fático das informações ventiladas na mídia, assim como obter elementos mínimos que corroborem a existência, ou não, de infração penal, além da identificação dos agentes envolvidos, para que, só então, seja deliberado pela instauração de inquérito policial”, afirmou.
Na entrevista ao site, Wilson Santos contou que, durante a campanha do ano passado, foi barrado em vários bairros da capital por integrantes de facção criminosas, que já estavam "fechados" com outros candidatos. Segundo ele, há deputados atuando na ALMT em favor desses criminosos.
Quando foi reclamar da situação ao então secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Alexandre Bustamante, este teria dito que Wilson era o primeiro a pedir alguma coisa contra as organizações criminosas.
“Você é o primeiro que vem aqui para pedir providências. Seus outros dois ou três colegas que vieram aqui vieram me pedir pra reinstalar tomadas para que os líderes do crime organizado que estão presos possam recarregar a bateria dos seus celulares”, teria dito Bustamante, segundo Wilson Santos.
Após a forte repercussão da entrevista o RepórterMT, o governador Mauro Mendes (União) e o atual comandante da Polícia Militar, Alexandre Mendes, cobraram que Wilson revele os nomes dos deputados supostamente envolvidos com o crime. Para o governador, a denúncia feita ao site é "gravíssima".
“É gravíssimo, gravíssimo. Grave, grave, grave, gravíssimo se um deputado faz um pedido desses. Então tem que colocar o nome, senão ficam os 24 deputados sob suspeita. E isso não é justo, porque se um fez, 23 não podem ficar com essa mancha, porque é algo realmente muito grave”, emendou.
Veja a entrevista em que Wilson expõe o caso: